Da redação – Tensões na Índia intensificaram-se no dia anterior à visita oficial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrida nessa segunda-feira (24). Serviços de saúde apontam 22 mortes, 200 feridos e destruição nas ruas da capital Nova Déli em decorrência dos enfrentamentos de rua entre muçulmanos e hindus.
Os muçulmanos residentes na Índia (14% da população) protestam contra a reacionária Lei de Cidadania aprovada pelo Parlamento, em dezembro de 2019, e apoiada pelo premiê direitista Narendra Modi, que determina que hindus e cristãos que se mudaram para Índia em virtude de perseguição em seus lugares de origem, antes de 2015, poderão solicitar cidadania. A lei não vale para os adeptos da religião islâmica, o que configura uma discriminação oficial e impede o acesso à cidadania para muçulmanos. Há meses tem havido manifestações contra a referida lei em todo o país.
No dia anterior à visita de Trump, a situação escalou e ocorreram confrontos entre manifestantes e a polícia.
Trump pretende fechar acordos militares com Modi, considerado um aliado estratégico de seu governo, que se inclina cada vez mais para a direita. O premiê indiano assinou na terça-feira (25) um acordo de compra de equipamento militar norte-americano no valor de 2,6 bilhões de dólares, cerca de 11,41 bilhões de reais.
Há ainda uma negociação em curso sobre as tarifas entre os dois países. Os indianos querem mais acesso para seus produtos farmacêuticos e agrícolas no mercado americano, enquanto estes últimos querem maior entrada no mercado de aves e laticínios indiano, além de menos controle sobre aparelhos médicos.