Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o desemprego aumentou no Brasil 27,6% nos últimos quatro meses. A pesquisa chamada PNAD Covid (pesquisa nacional por amostragem de domicílio durante a pandemia de Covid-19) apontou que o desemprego em números oficiais saltou de 10,1 milhões de pessoas para 12,9 milhôes.
Somente de Julho para Agosto o desemprego passou de 13,1% para 13,6%. As regiões Norte e Nordeste foram as que mais atingidas pelo aumento do desemprego.
Segundo o instituto, 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho no período, a maior queda no número de ocupados desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012. No segundo trimestre, o Brasil tinha 83,3 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho, o menor número da série histórica.
Apesar dos números de desemprego atingirem um patamar recorde no Brasil, a realidade é ainda pior do que os números apresentados. Uma vez que mesmo entre a população considerada ocupada, há uma parcela expressiva de trabalhadores em empregos informais que não garantem o mínimo para a sua sobrevivência ou mesmo em subempregos que, da mesma forma, não são suficientes para que o trabalhador saia da condição de miséria. Juntamente com os níveis recordes de desemprego, a fome e número de moradores de rua vêm aumentando de maneira abrupta. Para piorar o quadro, não há perspectiva de melhora na situação do desemprego do Brasil nem a curto, médio ou longo prazo.
Apesar da demagogia feita na Assembeia Geral da ONU, o principal responsável pelo desemprego é o presidente golpista Jair Bolsonaro, que fez decretos estimulando a demissão, a suspensão e a redução dos contratos de trabalho sem qualquer ônus para os patrões. Tais medidas foram apenas aquilo que os próprios patrões exigiram para despejar sobre as cabeças dos trabalhadores a enorme crise econômica existente no Brasil e no mundo, que se agravou de maneira profunda durante a pandemia. Os governadores e prefeitos são sócios de Bolsonaro na política do desemprego, da fome e da miséria. Uma vez que nada fizeram pelo trabalhador, a não ser atacando-os com a total ausência de medidas efetivas para enfrentar a pandemia, cortando verbas da saúde, educação, fechando empresas públicas etc.
A única saída para os trabalhadores e suas organizações como os sindicatos e partidos de esquerda diante de tamanha situação catastrófica é sair às ruas e lutar contra o desemprego e o rebaixamento salarial. Lutar pela redução da jornada de trabalho para no máximo 35 horas semanais (trabalhar menos para que todos trabalhem), sem redução dos salários; formação de turnos com pessoal reduzido. Também é preciso lutar pela proibição das demissões; cancelamento de todas realizadas durante a pandemia; ocupar as fábricas e empresas contra as demissões; revogar toda a legislação contra os direitos trabalhistas aprovada nos governos Temer e Bolsonaro; garantia de vencimentos integrais para todos trabalhadores afastados durante a pandemia para tratamento de saúde ou por serem do grupo de risco, por suspensão das atividades etc.