Ontem, 14 de maio, foi o dia mais violento e letal desde 2014 do genocídio contínuo que Israel impõe ao povo palestino. Foram 60 mortos e quase 3 mil feridos. Entre os mortos, uma bebê de oito meses, Leila Al Gandhour. Hoje, no aniversário de 70 anos da Nakba, catástrofe, o êxodo forçado de mais de 700 mil palestinos em 1948, por ocasião da fundação de Israel, a violência continuou. Já são mais dois mortos e quase 500 novos feridos.
Por conta da brutalidade da repressão israelense e do número de palestinos feridos, o hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, está à beira do colapso. Desde o dia 30 de março, quando os protestos da Marcha do Retorno começaram, já foram 109 palestinos mortos e 12 mil feridos
Na terça-feira, ápice da repressão nos últimos meses, os corredores do hospital de Al Shifa ficaram lotados, assim como os cômodos, cheios de feridos em meio à confusão, entre médicos correndo de um lado para o outro e famílias chorando seus mortos. Al Shifa é o principal hospital da Cidade de Gaza, maior cidade palestina, com 450 mil habitantes.
Segundo o chefe do departamento de emergência do hospital, Ayman Al Sahabani, entrevistado pela Al Jazira, o hospital chegou a receber 500 feridos de uma vez. “Muito mais do que nossa capacidade”. Além da superlotação, os médicos palestinos também têm dificuldades com a escassez de recursos e suplementos. Sahabani denunciou que os ferimentos mais graves foram causados por fragmentos de explosivos e munição letal.