Honduras é palco de vários protestos desde o final de abril como forma de impedir o avanço do programa neoliberal no país. Através de uma manobra parlamentar, os lideres dos partidos da base do presidente golpista Juan Orlando Hernandez, foram aprovados vários projetos de privatizações dos setores de ensino e saúde públicos. Os projetos, via determinação do presidente do parlamento, foram votados por aclamação e de forma que dispensassem a discussão em plenário e comissões, um expediente comum, usado no brasil ainda em 2015/2016 como forma de sabotar o governo Dilma.
Contudo, dessa vez, os hondurenhos resolveram enfrentar o atropelo dos parlamentares. Uma onda de protestos atinge o pais nos últimos dias, intensificando a crise já instalada, que já estava muito agravada, entre outras coisas, com a migração forçada de hondurenhos em direção aos EUA em busca de uma alívio a situação de miséria que o governo liberal de Hernandez vem impondo.
Como medida de contenção dos protestos, o governo hondurenho não se envergonha de se ajoelhar mais uma vez aos imperialistas. no último dia 9, chegou ao País uma tropa de 1000 soldados israelenses, especialistas em triturar palestinos, com o pretexto de ajudar o governo local a “apaziguar a população”, através de um programa de treinamento de policias. Para isso, invocaram um acordo assinado em 2016 por Hernandez, no qual o estado hondurenho se compromete a passar os próximos 10 anos comprando sucata do exercito israelense, bem como permitir que tanto Israel quanto os EUA atuem militarmente dentro de suas fronteiras, em conflito direto com a vontade popular.
O quadro é estarrecedor. De um lado a população, que em parte foge da ameaça do estado golpista e sua milícia e quando enfrenta, é tratada como terrorista ou baderneira somente por defender seus direitos básicos: acesso a saúde e educação básicos, gratuitos e universais. De outro lado, dois exércitos estrangeiros, armados até os dentes, sedentos por usar todo o seu arsenal contra uma população indefesa, que nem mesmo entende porque esta sendo atacada, e isso com a anuência de um governo, que muito embora tenha o dever de impedir esses abusos, os patrocina, os estimula e defende essa politica de extermínio do seu próprio povo.