Dois homens roubaram uma ambulância na noite de sexta-feira, dia 12, na Zona Norte de São Paulo. Os homens tinham o objetivo de sequestrar um médico para cuidar de um outro amigo, que tinha sido baleado.
Eles dirigiram-se para um posto do Samu, na avenida Voluntários da Pátria, para encontrar o médico de plantão. Como não acharam, levaram uma outra ambulância junto com o motorista, que foi deixado na Casa Verde, junto com o veículo. Os homens levaram, porém, um respirador, um cilindro de oxigênio e um desfibrilador.
Este acontecimento revela a situação trágica que o país vive em decorrência do sucateamento da Saúde Pública pelo plano neoliberal do governo, desde a Emenda Constitucional n° 95, agravado pela crise sanitária provocada pela pandemia de novo coronavírus.
As lotações nos hospitais públicos mostram a impossibilidade do capitalismo de sustentar aquilo que ele próprio produz e levam à necessidade, agora mais do que nunca, de se superar este sistema que trata como “bandidos selvagens” estes dois homens que cometeram um crime para salvar um amigo baleado, seja “bandido” ou não.
Esta situação fornece um breve panorama da realidade em que estamos inseridos e o caminho a ser tomado no futuro, de uma necessidade de organização revolucionária combativa que seja capaz de instruir a classe trabalhadora para que possa se realizar em seus interesses objetivos e subjetivos, só assim podemos mudar esta realidade, que é a de milhares, até milhões, de brasileiros.
Faz-se necessário ressaltar que casos como este não começaram a surgir depois do início da pandemia, pelo contrário, é a realidade concreta do sistema capitalista que, estruturalmente, não é capaz de atender às necessidades materiais da classe trabalhadora, como saúde. Sendo assim, o descaso total assola os indivíduos despossuídos de meios aquisitivos suficientes para manter-se, gerando o tráfico, o roubo e demais violências. Mais do que nunca, uma revolução é precisa!