Pesquisa divulgada esta semana pela plataforma Quero Bolsa, revelou a desigualdade de gênero existente na sociedade brasileira. O levantamento teve como objetivo estabelecer uma média salarial entre homens e mulheres no Brasil. Para realizar a pesquisa foram avaliados 600 ocupações formais. Dentre estas ocupações, apenas 90 delas apresentaram uma diferença salarial superior à 5% para as mulheres. Em 153 ocupações as diferenças ficaram abaixo de 5%.
Dentre os estados, apenas dois apresentaram uma diferença salarial menor do que 10%. São eles: São Paulo, onde os homens recebem 4,74% a mais e em Roraima, onde a diferença é de 6,69% favorável aos homens.
Dentre os estados, Maranhão aparece em primeiro lugar com a maior diferença entre os estados. No Maranhão a diferença salarial entre homens e mulheres chega à 33,3%. Atrás do Maranhão seguem os estados da Bahia (29,3%), Amazonas (29,2%) e Rondônia com (29,1%)
Os dados revelam a situação de opressão material vivida pelas mulheres na sociedade capitalista. Somado as diferenças salariais está a falta de creches públicas, bem como os ataques aos direitos promovidos pelos governos golpistas, como a reforma trabalhista e a própria reforma da previdência, os quais atingem de maneira mais dura as mulheres.
É preciso destacar também que o programa da extrema-direita e da direita golpista para as mulheres é um programa de terror e extrema repressão. Avança no Congresso a criminalização do aborte em todos os casos, além da imposição da chamada “bolsa estupro”. Uma ajuda de custo paga pelo próprio estuprador para as mulheres que forem vítimas de estupro.
A luta em defesa dos direitos das mulheres deve estar vinculada a luta pela derrota do regime político golpista, pela derrubada do governo Bolsonaro. É necessário levantar um programa de reivindicações que atendam os interesses democráticos das mulheres. No caso dos salários defender a luta pela isonomia salarial, salário igual para a mesma função. Levantar também a luta pela ampliação das creches públicas e gratuitas, bem como pela legalização do aborto.