Dois grupos da esquerda pequeno-burguesa que se autoproclamam stalinistas, a União da Juventude Rebelião (juventude do PCR) a União da Reconstrução Comunista, organizaram uma atividade em comemoração aos 140 anos do nascimento de Josef Stalin. O jornal A verdade, ligado ao PCR, publicou matéria contando como foi a atividade, que aconteceu na USP.
Não há nenhuma consideração política sobre o evento, qual o significa político de Stalin e do stalinismo, a contribuição dele para o movimento operário etc. Em defesa dos organizadores do evento é preciso dizer que não é uma escolha deles, mas uma consequência natural do que é o próprio stalinismo.
Não há um aberto debate de ideia, mas uma idolatria vazia de um político cujo principal legado foi, na realidade, a deformação marxismo e a contribuição para a derrota da revolução, não apenas na URSS mas internacionalmente, por conta de uma política desastrosa.
Os atuais stalinistas, se é que podemos chamar assim grupos que na realidade têm uma herança distante do que foi a burocracia stalinista que tomou conta da URSS, se apoiam em uma ideia vazia do que foi Stálin. O “grande guia dos povos”, a “ponte da humanidade para o socialismo”, um mito desenvolvido pela burocracia para sustentar seus erros políticos e principalmente sua política contrarrevolucionária.
Leon Trotski, ao analisar a burocracia, afirmou que “Stalin não revisa Marx e Lênin com a pena dos teóricos, mas com as botas da GPU”, ou seja, o revisionismo que foi colocado em prática em nível mundial pelo stalinismo está longe da teoria, ou se quisermos ser mais precisos, o arremedo de teoria stalinista é uma casta muito fina que serve como cobertura para uma política contrarrevolucionária internacional.
É por isso que as discussões em torno de Stálin se resumem a idolatria ultrapassada do mito que foi vencido pelas próprias leis da história.