Na manhã do último dia 16 de outubro, um grupo de mulheres realizava um protesto em frente ao Complexo Penitenciário de Itaitinga, em Quixadá no Pará. Elas reivindicavam melhorias na situação dos presos, quando um homem desceu de um carro armado e começou a efetuar disparos contra as manifestantes.
O homem foi identificado posteriormente como sendo Edivardo Enoque, policial militar reformado no Ceará. O PM foi abordado pela tropa de choque que se encontrava no local, mas foi liberado logo em seguida, sem que fosse feito qualquer levantamento por parte da polícia. Fato que demonstra a conivência dos órgãos de repressão do Estado, e até mesmo o apoio aberto, ao aumento dos ataques promovidos por grupos fascistas no país, ou por indivíduos com alguma ligação com as instituições repressoras, como a PM, o que ocorreu nesse caso.
É preciso destacar, portanto, que os grupos fascistas que hoje partem pra cima da população, de suas organizações e manifestações, são originados de dentro dos aparatos de repressão estatal. Em praticamente todos os casos são policiais, guardas municipais, vigias, que partem para a violência física contra o povo, a esquerda, seus movimentos e organizações.
Neste sentido, não se pode ter qualquer ilusão de que a Polícia Militar, ou outro órgão estatal, irá proteger as organizações populares. Cabe aos movimentos de esquerda organizarem os comitês de autodefesa para se protegerem dos ataques. Somente a organização do povo, a formação dos comitês de autodefesa, de luta contra o golpe, poderá impor uma resistência a direita.