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Servidores sob ataque

Home office: armadilha para os servidores do Executivo

Governo federal quer reduzir despesas com serviço público para garantir mais lucros aos grandes monopólios

Vislumbrando a redução de gastos com os trabalhadores para direcionar mais dinheiro público aos capitalistas, ou seja, os donos das grandes corporações, monopólios e bancos, o governo golpista de Bolsonaro tenta promover a continuidade do trabalho remoto entre servidores de vários órgãos do poder executivo federal.

Ensaios de propostas em torno do teletrabalho, isto é, a manutenção de lucros com a redução de gastos e a precarização do trabalhador, já existiam antes da pandemia em vários setores da economia, vide a insistência do EAD na educação. Desde o ensino remoto – na educação – ao teletrabalho em inúmeros outros setores, esse modelo foi  muito bem testado pelos governantes e as grandes empresas e, com o surto do COVID 19, os experimentos em torno do home office foram massificados e abraçados com muita alegria pelos patrões – não por que se preocupam com a saúde dos trabalhadores, mas por que identificaram  um modo de reduzir ainda mais os custos com seus funcionários.

A verdade é que em home office, o trabalhador se responsabiliza com custos de telefone, internet, energia, água, impressão, equipamentos diversos, entre outros, e não recebe nenhum reembolso por isso. Deste modo, os patrões economizam com os gastos estruturais do local de trabalho, reduzem os custos associados ao serviço e repassam todas essas despesas ao trabalhador, pois agora, quem se responsabilizará com os custos envolvendo apresentar um bom serviço não será mais o patrão e sim o funcionário, que não receberá um centavo de aumento salarial por isso.

Ao todo, já são 13 órgãos do Executivo Federal, totalizando quase 54 mil funcionários que estão aderindo permanentemente ao novo modelo laboral e esse total pode crescer, pois outros 56 órgãos governamentais demonstraram interesse em adotar esse  formato. Apenas no Poder Executivo Federal, estima-se que cerca de 200 mil servidores serão redirecionados para o novo modelo de trabalho remoto, mas para que isso aconteça, a instituição federativa precisa aderir e demonstrar quais atividades podem ser exercidas em home office. Com o teletrabalho, o governo bolsonarista economizou R$ 1,488 bilhões em 2020 ao não se responsabilizar com os gastos de passagens, contas de energia, água, impressão e cópias de documentos, além de outros direitos dos servidores, como vale-transportes e horas-extras. No tocante às horas extras trabalhadas, vale ressaltar que muitos servidores se viram trabalhando muito mais neste período de pandemia, sem receber um centavo de acréscimo salarial por isso.

Mesmo com toda essa suposta economia estatal, nenhum destes lucros foi direcionado para o trabalhador federal. Ao contrário, servidores públicos são alvos de constantes ataques e intitulados de inimigos do país por Paulo Guedes, ministro de Bolsonaro e lacaio da burguesia. Esse mesmo dinheiro economizado, também não foi direcionado para melhorar a vida de nenhum cidadão. Não vimos incrementos no SUS, nem nas escolas públicas, nem redução na taxa dos índices de desemprego. Nenhum plano político, além do Auxílio Emergencial, para auxiliar os mais necessitados foi apresentado durante a pandemia. Milhares de pequenos comerciantes faliram, vários trabalhadores perderam seus empregos e hoje não sabem o que comerão amanhã e não há nenhuma política pública que auxilie estas pessoas. Então a pergunta que fica é: para onde irá toda essa economia do funcionalismo público? Será que irá para o bolso dos grandes capitalistas sanguessugas do estado?

Vale recordar que o governo federal, seguindo a demanda capitalista sob as ordens de Bolsonaro e Paulo Guedes, decretou a suspensão total de qualquer reajuste dos  salários dos servidores públicos por dois anos, fato que foi celebrado por Guedes ao Pronunciar que “deixou a granada na bomba do inimigo: dois anos sem aumento de salário”. Ou seja, a economia do governo com o serviço público jamais será usado em benefício do trabalhador público ou dos cidadãos. Ao contrário: o servidor público é um dos alvos de destruição do governo golpista desde a era Temer. É preciso recordar que sindicatos, planos de carreiras e inúmeros cargos públicos estão sob ataque com o governo Bolsonarista. A receita é antiga: sucatear os serviços estatais para, ao término de tudo, tirar a responsabilidade do estado de oferecer estes serviços.

"Nós já botamos a granada no bolso do inimigo: 2 anos sem aumento", Paulo Guedes (22/04)
Paulo Guedes, em reunião com Bolsonaro e Ministros, declarando guerra aos servidores.

Em função da pandemia, o que deveria ser feito é manter os servidores em teletrabalho enquanto for necessário, porém oferecendo-lhes uma remuneração extra em função de todos os gastos envolvendo trabalhar em casa, uma vez que o servidor gastará mais energia, água, possivelmente comprará dispositivos pessoais, entre outros. Por gerar confusão entre o momento de trabalho e o momento de descanso, em casa, os servidores também deveriam permanecer nesse sistema de serviço enquanto não tiver vacina e a pandemia não for contida, com o estado se responsabilizando com todos os gastos associados ao home office.

Em tempos de contenção de gastos do governo federal para agraciar bancos e grandes capitalistas com dinheiro Estatal, ou seja, dinheiro que deveria ser direcionado ao benefício do povo, nada mais previsível do que uma armadilha como essa direcionada aos servidores federais. O governo não quer investir um centavo no bem estar laboral dos servidores, não é interesse arcar com os custos de estabelecimentos, salas, ar condicionado e todos os instrumentos necessários que assegurem o bom serviço do trabalhador do estado. Ao contrário, o governo não quer arcar com os custos, quer reduzir seus gastos, ficar com o bônus desta redução e, certamente, direcionar esse enxugamento de gastos para grandes capitalistas.

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