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Holliday se inspira em legislação fascista do Alabama contra mulheres

O vereador Fernando Holliday, inimigo declarado do povo, tenta mais uma vez atacar os direitos básicos da classe trabalhadora. Dessa vez o vereador de extrema direita tenta atacar o direito básico ao aborto, que já é muito precário no Brasil. Membro do MBL e filiado ao DEM, o vereador, também conhecido como capitão do mato, propôs uma nova legislação sobre o aborto, dificultando o acesso e piorando ainda mais os números de mortes em decorrência de abortos clandestinos.

A lei brasileira que garante o direito ao aborto em três ocasiões – estupro, má formação do feto ou risco à vida da mulher – não conseguiu impedir que nos últimos dez anos cerca de duas mil mulheres morreram em abortos clandestinos nos Brasil e parece que Holliday objetiva aumentar esse número. O vereador inimigo das mulheres se inspira na lei mais rigorosa de um dos estados norte-americanos, o Alabama, onde os profissionais da saúde podem pegar até 100 anos de prisão e o direito ao aborto é inclusive negado em casos de incesto e estupro. O projeto é tão completamente inconstitucional que o vereador se viu pressionado até por membros da direita, prometendo assim algumas mudanças no projeto.

É claro o objetivo que a extrema-direita tem em criminalizar a classe trabalhadora, afinal, as mulheres que serão punidas são as negras, pobres e com escolaridade até o ensino fundamental. Mulheres em completa vulnerabilidade social ainda podem ter que passar por internação psiquiátrica, isso de acordo com o julgamento moral de Holliday do que pode ser considerado ou não um problema psiquiátrico.

Fundamentado em preceitos religiosos e julgamentos morais, o projeto de lei assassino não só criminaliza as mulheres que abortam, como ainda prevê que em casos de estupro, o estuprador assuma a paternidade da criança, ou seja, a mulher, além de ser violentada de todas as formas, ainda vai precisar conviver com seu algoz. Claro que essa criminalização tem classe social, afinal, mulheres com maior poder econômico podem sair do país para abortar em países em que essa prática é legalizada ou pagar valores surreais em clínicas.

A cada avanço da extrema-direita, a população sofre enormes consequências e mesmo os direitos já garantidos terão seu acesso dificultado pela burocracia do Estado e pela falta de informação, muitas mulheres não sabem que ainda existem três ocasiões em que o aborto é garantido e nem os locais que podem procurar para realizar o procedimento. O Estado, que deveria garantir a vida dessas mulheres e seu direito reprodutivo e ao próprio corpo, acaba por providenciar mecanismos punitivistas baseados em preceitos morais e religiosos para proliferar a morte de mulheres da classe trabalhadora, afinal, mulheres ricas tem seu direito ao aborto garantido devido a sua classe social.

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