O vereador negro contratado da direita, Fernando Holiday, do partido golpista DEM, foi, por incrível que possa parecer para ele, alvo de comentários racistas de seu colega de vereança, Camilo Cristófano, do PSB de São Paulo. Camilo o chamou de “macaco de auditório” em resposta ao comentário de Holiday de que ninguém trabalha na Câmara de Vereadores. Holiday também é integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), uma das organizações responsáveis pelo golpe de Estado.
É preciso, antes, dizer que Holiday é contra todas as poucas leis que concedem algum direito ao povo negro. É contra cotas raciais, é contra a celebração do 20 de novembro, como dia da Consciência Negra, e também é contra a organização política do negro em torno dos seus direitos, ao que ele e os demais golpistas chamam de “vitimismo”.
Agora, por ironia do destino, Holiday é a vítima. O vereador ainda não entendeu que ele é apenas um contratado da direita golpista para dizer que existem negros a favor do golpe de Estado, do bolsonarismo, do fascismo e dos ataques feitos pela direita contra o povo trabalhador.
Mordido pelo próprio veneno, Holiday, como bom adaptado à burocracia estatal golpista, promete processar por racismo o vereador Camilo Cristófano, já que não é possível apelar ao movimento negro, que, ao bem da verdade, não vê a hora de encontrar Holiday nas ruas para acertar umas contas.
Ele, Holiday, um dos propagandistas do golpe de Estado, da direita, quer processar alguém por racismo. Ou seja, o racismo só existe quando é contra ele, Holiday. Se for contra o resto da população negra, não é racismo, é “vitimismo”. Típico de um direitista é achar que só o direito dele é que pode ser defendido, às favas com o resto da população negra, que está comendo sal com o golpe de Estado defendido pelo próprio Holiday.
Golpe que aumentou o desemprego dos negros, o número de negros mortos pela PM. Golpe que atacou todos os direitos do povo trabalhador, que está vendendo todos os patrimônios nacionais.
Fernando Holiday merece as mais duras críticas do movimento negro e do movimento popular como um todo. Sua presença nas fileiras dos golpistas, da direita, serve para promover a confusão política, e tem a função de passar um verniz racial para a corja golpista que quer acabar com o país inteiro, a começar pela própria população negra.
Holiday acredita que ele não está na mira dos golpistas. A hora dele vai chegar, seja pela direita, que, depois de usá-lo, vai jogá-lo na lata do lixo apenas por sua cor, ou pela esquerda, que seria o ideal, através do movimento negro, que vai resolver o problema Holiday, o problema “negro da casa”, o problema “capitão do mato”, enfim, o problema do negro de alma branca.