A história e a memória não devem ser tratadas como assuntos secundários. Nosso entrevistado de hoje na COTV Entrevista luta para manter viva tanto a memória quanto a história da luta da classe operária de São Paulo, e sua resistência na terrível época da ditadura militar brasileira.
Sebastião Neto trabalhou mais de 20 anos nas fábricas metalúrgicas, foi dirigente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e hoje se dedica ao IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) nas ações relacionadas à memória operária. É também coordenador do Projeto Memória da OSM-SP (Oposição Sindical Metalúrgica).
Desde de 2007, com a elaboração do Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica, o grande foco de atenção do IIEP passou a ser a memória política dos trabalhadores e vem investigando o período que se sucedeu a partir de 1964, quando foi dado o golpe militar no Brasil. E seu objetivo passou a ser, destacadamente, contribuir com subsídios na investigação e construção de políticas relativas à verdade, memória e justiça aos operários atingidos pelo sistema de repressão da ditadura militar.
Neto também é autor do livro “Investigação Operária”, livro que aborda os mecanismos de repressão contra os trabalhadores nas fábricas em São Paulo durante a ditadura militar no Brasil. A obra recupera o histórico do DOPS, criado em 1924 para controlar os trabalhadores, e mostra a permanência da Lei de Segurança Nacional de 1935 até os dias de hoje. Destaca a estrutura sindical basicamente inalterada desde a década de 30, que facilitou a cooperação do sindicalismo de direita com a ditadura militar e com os empresários.
Conheça mais sobre o trabalho e a vida de Sebastião Neto hoje (16), ao vivo, no COTV Entrevista, às 19h.