Segundo o historiador econômico Albrecht Ritschl, a crise econômica mundial só está no começo, e pode ficar pior que a Grande Depressão do começo dos anos 1930. A crise do coronavírus juntamente com a crise econômica capitalista está criando cenários vistos em poucas situações, estamos vivendo uma economia de guerra. A queda nas demandas de produtos, baixa produção, desemprego em massa, crise financeira e de dívida pública são, segundo Ritschl, características de crises econômicas, algo que já estamos vivenciando há alguns meses, antes mesmo do começo da pandemia se considerarmos o cenário econômico brasileiro.
Além disso, não é descartado a hipótese de que encontraremos grandes recuos econômicos, chegando a uma queda de 20%, pois o fim da crise e o começo da recuperação econômica dependem de quanto tempo ainda as economias mundiais terão de ficar paradas, o que é incerto já que a pandemia não dá prazos de quando vai acabar ou passar do seu pico de infecção, afinal ela só está começando em alguns países, como o Brasil e os Estados Unidos. As condições em que as economias se encontram, segundo Ritschl, só podem ser comparadas a situações de guerras.
Outro fator que podemos observar nesse momento de crise é que nestes momentos a tendência a agitações sociais leva os grandes capitalistas e os políticos a entrarem em pânico tentando salvar sua pele e prometendo recuperações econômicas que não conseguimos enxergar num futuro próximo, contrariando a previsão de especialistas como economistas e historiadores.
Ainda sobre os efeitos da crise, Ritschl coloca que as relações de trabalho tendem a mudar, assim como já foi observado após a Grande Depressão e também as grandes guerras mundiais.
Todas as previsões ou tentativas de se prever o que o futuro nos reserva com a crise econômica que está em curso potencializada pelo coronavírus só mostra a tendência de que o capitalismo está cada vez mais falido e está a caminho do seu colapso completo. As políticas neoliberais se mostraram completamente ineficientes e não resistiram nem mesmo ao começo da crise. A força produtiva, que são os trabalhadores, estão entregues a um cenário de pobreza, desemprego, além da precarização do trabalho daqueles que tinham um emprego fixo. A crise em que o mundo se encontra não tem dimensões precisamente definidas, mas as previsões não são animadoras, principalmente para os trabalhadores.