Uma das principais campanhas da burguesia, da qual a esquerda brasileira segue cegamente, é de que os governadores estaduais estariam sendo neste momento um dos maiores defensores dos interesses populares no combate ao coronavírus, em defesa da vida e contra a política bolsonarista.
Contudo, os “heróis do povo” nada mais são que golpistas, membros dos principais setores das burguesias regionais que assim como o governo Bolsonaro, atacam o povo com ainda mais profundidade. Agora, com o coronavírus, o já sucateado sistema de saúde brasileiro foi por água abaixo, e muitos dos estados da federação apresentam ou 100% ou próximo a sua totalidade dos leitos de UTI ocupados.
As quatro capitais mais atingidas pela pandemia como São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro e Fortaleza, tem seus sistema de saúde a beira do colapso. Em São Paulo cinco hospitais já tem 100% dos seus leitos de UTI ocupados, no Rio os principais estão sem vagas, já Manaus o sistema público entrou em colapso, e contêiner de frigoríficos já são utilizados para armazenar corpos.
O estado de Pernambuco tem 95% das UTIs públicas ocupadas, já o governo contrata leitos nos hospitais particulares. São 2.006 casos para 571 leitos.
Em todas essas áreas o estado é critico. Todos os governantes colocam como medida única o isolamento social, os governantes, elogiados pela burguesia e pela esquerda pequeno-burguesa de nada realizam em prol da população e o isolamento social, sem as condições da população se manter nesse isolamento, é uma medida apenas demagógica devido a falta de medidas de planejamento e de combate ao COVID-19.
Na realidade, a opção é sempre pelo favorecimento dos grandes capitalistas, até quando o tema é a saúde. Em geral, os locais escolhidos para o investimento com o objetivo de aumento de leitos são sempre os hospitais privados.
O público, deixado para a população pobre, é assim como seus frequentadores largados para morrer. O país ainda nem atingiu o pico de coronavírus, porém o sistema público já entrou em colapso.
O que virá depois será uma devastação social, uma verdeira hecatombe que recairá sobre o povo pobre e trabalhador. Nenhum governador direitista fará algo pela população, colocando abaixo na prática qualquer chance de uma aliança com os mesmos trazer algum beneficio aos trabalhadores.