Bruno Covas e João Doria que, em enfrentamento com Bolsonaro, foram vistos como “diferentes” por setores da esquerda, deixam claro que são tão direitistas e fascistas quanto o presidente. Em relação ao povo, ao isolamento social, promovem o desamparo total da população escolar.
Assim, após 3 meses de quarentena, 700 mil alunos continuam sem alternativa à merenda em São Paulo. Ou seja, dois terços dos estudantes da rede municipal de São Paulo permanecem sem alternativa alimentar à merenda escolar em meio a uma quarentena que já se estende por três meses.
Esta é a revelação da rede municipal que possui cerca de um milhão de alunos. A situação é alarmante, até agora, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, apenas 353 mil receberam um cartão alimentação para suprir a falta de merenda. O benefício é de R$ 55 para estudantes do Ensino Fundamental, R$ 63 para alunos da pré-escola e R$ 101 para crianças matriculadas em creches.
O cartão alimentação é fundamental para combate à fome. Contudo, em abril, a prefeitura decidiu conceder o benefício apenas para estudantes de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. Ao todo, 273 mil alunos receberam o cartão. Em maio, o benefício foi estendido a mais 80 mil alunos, totalizando os 353 mil cartões. E, como disse Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP, sem a distribuição dos cartões, a a situação de fome vai se agravar ainda mais.
Daniel insiste que “É urgente que o poder público assuma a sua responsabilidade e eu acho que o primeiro passo é levar pra todas as crianças o que é delas de direito. Os recursos do programa nacional de alimentação escolar precisa chegar até as crianças. Nós não temos na escola nenhuma criança estudando e os recursos do programa é de direito do programa é de direito delas.”
A ocorrência não poderia ficar sem resposta e um grupo de diretoras de escolas decidiu se mobilizar para pressionar a prefeitura a estender o benefício para todos os estudantes. Certo também é que houve agravamento das circunstancias eis que muitos pais tinham empregos informais e perderam a renda com a pandemia. Ou seja, mesmo que não estejam no Bolsa Família, passaram a viver em uma situação de extrema vulnerabilidade.
Há muitas promessas. A prefeitura, por exemplo, anunciou que irá incluir também, a partir de junho, as famílias que estão no CadUnico. Promessa é que o cartão chegue a 600 mil alunos.
Porém a medida é insuficiente. Há muitos problemas envolvidos, por exemplo, apesar de pedirem que o cartão seja entregue a todos os alunos, as diretoras afirmam que o benefício é insuficiente para que os estudantes comprem os mesmos alimentos oferecidos na merenda. Isso porque a administração compra produtos em grandes quantidades, direto do fornecedor, pagando um preço bem mais baixo do que o praticado nos supermercados.
De imediato, uma solução parcial seria, para as diretoras, a distribuição de kits montados com os alimentos comprados pelas escolas. Ora, sob o controle da comunidade escolar, pais, alunos, professores como o governo poderia fraudar a entrega? Como fez com benefício que, por exemplo, Bolsonaro entregou aos militares desviando da população mais necessitada.