A crise global do capitalismo tem levado a ascensão do fascismo em diversos locais no mundo. Sentindo-se a vontade, os epígonos de Mussolini tem dado mostras de complacência ante o regime de terror do nazismo. Desta vez, Matteo Salvini (Lega Nord), líder da extrema-direita italiana, decidiu não comemorar o Dia da Libertação da Itália da ocupação nazista.
Num total cinismo, o Vice Primeiro-Ministro da Itália, Salvini, alega que se trata de uma festa marcada pela velha disputa entre comunistas e fascistas. Salvini contraria, entretanto, o presidente da república, Sergio Mattarella, que fez sua oferenda no Altar da Pátria da praça Veneza, qualificando o dia como “o segundo Ressurgimento”. A comemoração que já havia sido criticada por Silvio Berlusconi, encontrou total apoio no partido de Salvini. O posicionamento fascista de Salvini veio 24 horas após um setor direitista do Lazio estender um cartaz em que se pedia honrar a memória de Benito Mussolini na praça Loreto de Milão, local onde o ditador foi pendurado de ponta-cabeça com sua amante, Clara Petacci. Salvini, todavia, não abriu a boca, como habitualmente faz quando há polêmicas envolvendo o Duce, cujas frases copiosamente cita. Após o incidente, o presidente da República o advertiu que “não se pode reescrever a história” e, até mesmo, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Executivo do qual a Liga faz parte, reagiu à declaração de Salvini, demonstrando um desalinhamento entre os setores que compõem o partido de Salvini e, disse: “Equivoca-se quem não comemora em 25 de abril os valores de quem morreu pela liberdade”.
Vale ressaltar que a Lega Nord (Liga Norte), partido regionalista do Norte da Itália, se desenvolve, desde o início, seguindo a velha retórica direitista que colocou Mussolini no poder. Trata-se da velha retórica populista contra a corrupção, o que, em todo caso, é a verdadeira chave para se identificar a extrema-direita. O partido de Salvini encontrou, desde a década de 1990, a sustentação necessária no partido de Silvio Berlusconi, a Força Itália. Agora, portanto, tem se colocado em proeminência em detrimento do aprofundamento da crise em que os países europeus se encontram.