Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, famoso bajulador do ilegítimo Jair Bolsonaro e acumulador de denuncias e condenações de fraude e sonegação milionárias, está se inserindo cada vez mais de um ramo multibilionário, o futebol, mais especificamente o Brusque FC, atual campeão da série D. Tal fato segue a esteira da pauta cada vez mais forçada pela mídia capitalista e pelo parlamento golpista, a criação dos clube-empresa.
Os clubes-empresa são um modelo de gestão onde, dentre outras coisas o abismo entre dirigentes e torcida se acentua. Na verdade uma das propostas dessa natureza, o Projeto de Lei 5516/19, do senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), prevê inclusive que “a totalidade das ações de sua emissão pertencente a um único acionista, pessoa natural ou jurídica”. Ou seja a gestão de um clube pode passar para tão somente uma única pessoa. A lei esquece que os clubes de futebol são um campo de lutas políticas onde os torcedores se colocam acerca dos rumos da instituição, o que do contrário tornaria os cartolas seres inquestionáveis. No caso do Brusque FC, a vulnerabilidade do clube para com Luciano Hang se torna tão visível que o atual presidente do clube, Danilo Rezini, recentemente declarou o interesse em tornar o filho do “véio da havan” em presidente do clube.
Na Câmara dos Deputados, corre outro projeto que trata desse mesmo assunto, porem igualmente reacionário. Sob a autoria de Pedro Paulo (DEM-RJ), propõe-se dentre outras coisas que o atleta abra mão de seus direitos trabalhistas ao assinar um contrato, uma maneira de dar prosseguimento a política de esmagamento dos direitos trabalhistas, algo que Luciano Hang, como todo capitalista enxerga com apetite e manifesta efusivamente.
Nota-se assim que Luciano Hang de fato é figura adequada a esse ‘novo futebol’ que as propostas de clube empresa apresentam. Jogadores mais vulneráveis às arbitrariedades de empresários e dirigentes, por outro lado torcedores cada vez menos influenciando nos rumos do clube, seja nas arquibancadas ou na tomada de decisões.
O futebol brasileiro é um bem do trabalhador, seja como jogador ou como torcedor, a partir da classe operária técnicas foram desenvolvidas em campo e o afinco de empurrar o time em momentos de dificuldade vieram dessa camada. Entregar ainda mais o nosso futebol aos capitalistas é tirar mais uma parcela da essência do nosso futebol.
Sendo assim, só os torcedores podem conduzir o futebol ao sucesso, pois são a verdadeira força política da bola, a privatização do futebol deve acabar o quanto antes.