Assim como todo o continente latino americano, a mobilização popular também estourou com grande intensidade no Haiti. Há muito tempo sob o domínio dos golpistas, o Haiti está em uma situação de completa calamidade, com um país totalmente destruído e uma população vivendo em extrema miséria. Recentemente, tiveram grande repercussão as milhares de pessoas que foram obrigadas a abandonar seu próprio país desesperadamente em busca de uma condição de vida minimamente humana, capaz de gerar algum sustento. Assim, vieram ao Brasil, por exemplo, a enorme quantidade de haitianos que vemos atualmente, também vitimas de um golpe de Estado e dos ataques imperialistas.
Porém, a população haitiana não baixou a cabeça, e após diversas ondas de fortes manifestações que o país passou nos últimos tempos, o Haiti se vê novamente em uma grande leva de manifestações e com um povo ainda mais revoltado e radicalizado.
Os protestos começaram já fazem 16 meses, com um estopim relacionado aos aumentos dos preços dos alimentos e combustível, além da situação de miséria, a desigualdade econômica, espalhando-se para outras reivindicações ao ponto de tornar-se uma luta aberta contra este governo que representa, após uma série de eleições fraudadas e perseguições políticas, uma continuação direta do golpe.
Contudo, o país veio novamente a pegar fogo, agora com muito mais intensidade. Nos últimos meses, devido a revolta generalizada no continente, a mobilização haitiana foi ainda mais fortalecida. Graças a isso, o povo saiu novamente as ruas, de maneira ainda mais radicalizada, sendo que as últimas sete semanas foram de uma intensa rebelião popular contra o regime político.
Esta rebelião foi responsável por parar totalmente o país. Escolas, transportes, entre outras tantas coisas, deixaram de funcionar ou estão ao menos muito afetadas devido a chamada “quarta onda” de protestos que atingiu todo país.
Unidades de saúde estão com problemas elétricos, de combustível e até equipamentos. Já as ruas estão completamente tomadas pela população, tendo muitas delas sido bloqueadas por veículos, fogo etc.
O governo golpista já prendeu muitas pessoas. No entanto, graças a forte manifestação popular, muitos tribunais locais sequer abriram devido a problemas de segurança. Já a população denuncia ferozmente a ação policial, da qual está brutalmente atacando os trabalhadores durante os protestos.
Neste momento, mais de 42 pessoas morreram durante este período de forte confronto do aparato de repressão estatal contra o povo pobre.
Além disso, a reivindicação atual do povo haitiano é extremamente clara. Seguindo o exemplo de todos os países latino-americanos, os haitianos exigem a saída do atual presidente Jovenel Moise. No Haiti chama-se Fora Moise, no Equador Fora Moreno, no Chile Fora Piñera, e no Brasil, Fora Bolsonaro!