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Crença nas instituições

Haddad e sua “defesa” de Lula e “denúncia” da Lava Jato

Ex-candidato presidencial faz uma crítica que nem parece crítica à criminosa operação golpista

Em coluna publicada no último dia 5 na Folha de S. Paulo, Fernando Haddad procura apresentar-se como denuncista da prisão ilegal de Lula e da criminosa Operação Lava Jato. Segundo o petista, ela tem uma “banda podre”, com agentes parciais. No entanto, a verdade é que, desde o início, a Lava Jato foi uma completa armação imperialista com o objetivo exclusivo de executar o golpe de Estado, derrubar a esquerda do governo e perseguir seus líderes, como Lula.

Haddad afirma que “é possível dizer que a Lava Jato recuperou recursos públicos” mas que esses recursos são “uma fração diminuta da riqueza nacional que a Lava Jato destruiu”. Ora, portanto não é uma recuperação. Até porque, esse suposto dinheiro recuperado tem sido utilizado pelos próprios agentes da Lava Jato, como foi a tentativa de criar um fundo com bilhões de reais que, na prática, foram roubados das empresas nacionais pela operação, para benefício exclusivo dos fantoches do imperialismo.

Essa “banda podre” da Lava Jato, que na verdade é a operação em sua totalidade, devastou completamente a economia nacional para entregá-la a seu criador, o imperialismo. E, para isso, deveria limpar o cenário político daqueles que poderiam interferir nesse processo, como é o caso de setores da burguesia nacional com interesses diversos e contraditórios aos do imperialismo, e, logicamente, a esquerda com base operária – afinal, o proletariado é o grande agente capaz de enfrentar o saque imperialista.

Assim, a Lava Jato agiu, por meio de órgãos como a Polícia Federal, como uma verdadeira operação de perseguição política, e a PF se tornou de uma vez por todas em uma polícia política inspirada na Gestapo. Logo, a corrupção era apenas uma desculpa para prender adversários.

Quando Haddad fala que a Lava Jato “nem sequer puniu todos os corruptos que estavam ao seu alcance”, demonstra uma ilusão e ingenuidade imensas, uma crença na propaganda de que a operação realmente teria o objetivo de combater a corrupção. E se a Lava Jato tivesse punido os “corruptos” todos? Estaria Haddad feliz? Trata-se, assim, de um apoio mal velado à repressão lava-jatista, pedindo, na prática, mais e mais prisões com a mesma desculpa usada pela direita golpista: o combate à corrupção. E o ex-candidato presidencial reforça essa posição quando declara, no mesmo artigo, que “as críticas à operação não podem mais ser atreladas à defesa da impunidade”.

Além de sua crença na propaganda enganosa anticorrupção, Haddad demonstra novamente a posição da ala direita do PT, mais precisamente da ala jurídica – a mesma que disse que Lula seria solto em dez dias, ou, como o próprio Haddad falou, que seria solto em setembro último (!).

“Procuradores e auditores estão sendo processados, alguns criminalmente. A suspeição de um juiz, ministro de um governo que ajudou a eleger, será avaliada pelo STF”, escreve Haddad. Essa seria a “banda podre” da Lava Jato, e quem atestaria essa podridão seria o Judiciário, o mesmo que foi fundamental para o golpe de Estado e a prisão de Lula. Os crimes dos agentes da Lava Jato (não a operação como um todo, na opinião de Haddad) seriam, portanto, de ordem moral apenas, jurídica, e não política e social.

O STF, na visão de Haddad, não apenas poderia punir os criminosos da Lava Jato, mas também libertar Lula, fazendo com que o Brasil volte “à arena da livre disputa democrática”. Isso, caso o Supremo se liberte “das amarras que querem lhe impor”. Portanto, não apenas a Lava Jato não seria integralmente golpista e irregular (apenas alguns agentes seus), como também o reacionário e golpista STF seria um escudo para defender a democracia, STF esse que tenta se defender de ataques de terceiros.

É justamente essa crença nas instituições golpistas completamente dominadas pela direita que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, à prisão de Lula e sua manutenção até hoje nas masmorras de Curitiba, e à eleição fraudulenta de Bolsonaro. Essa é a mesma crença que visa impedir o desenvolvimento da luta popular, de massas e nas ruas, contra o golpe e o governo Bolsonaro. Essa crença é parte integrante da argumentação da esquerda parlamentar para se adaptar ao governo de extrema-direita e terminar por sustentá-lo, fazendo com que o povo seja esmagado pela ditadura bolsonarista que se aprofunda a cada dia.

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