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Haddad diz faltar pouco para “briosas” FFAA assimilarem a democracia

Em seu artigo semanal no jornal golpista, Folha de S. Paulo, do último sábado, intitulado “Militares”, o ex-prefeito e ex-candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, elogia e indica o livro, recentemente relançado, ‘Forças Armadas e Política no Brasil’ (2005), de José Murilo de Carvalho, referindo-se ao mesmo para tratar da interferência das FFAA na política brasileira.

Haddad classifica – genericamente – as instituições militares como  “briosas Forças Armadas”. Nos dicionários, “brio” está relacionado, entre outros sinônimos, a orgulho, dignidade, honra, honradez, altivez, integridade, hombridade.  O ex-prefeito, obviamente, não explica onde estariam tais atributos na ação dessas instituições e dos seus comandantes, quando impuseram ao País mais de 20 anos de ditadura, de massacres da população de assassinatos, torturas e desaparecimentos e que, neste momento, é um dos pilares do regime surgido de golpe de Estado que derrubou o governo da presidenta Dilma Rousseff e que avalizou e garantiu a fraude – inclusive – com ameaças de golpe militar, a prisão ilegal de Lula e a fraude das eleições que garantiram a ascensão do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro.

Sem dizer de onde viria tal brio, tal grandeza, Haddad afirma que “assim como Getúlio (quando os militares lhe retiraram o apoio) e Jango, Lula parece ter sido vítima de um sentimento antipopular refratário à promoção da incorporação das massas via participação no mercado e na política”. Lula e todo o povo brasileiro teriam sido golpeados por um “sentimento”, uma motivação de tipo sociológica, uma incompreensão, da “incorporação das massas”.  O “briosos” militares (entenda-se os generais e outros altos oficiais) estariam sendo, eles mesmo, vitimas de um sentimento, não da defesa de interesse mesquinhos, concretos, capitalistas, próprios e do grande capital que defendem; mais notadamente do grande capital internacional.

Dessa “análise” totalmente sem base na realidade e na história ultra reacionária das Forças Armadas brasileiras, com comandos dominados por interesses imperialistas (quando por exemplo levou à guerra contra o Paraguai e à morte de mais de 400 mil brasileiros, em sua maioria negros, para atender aos interesses do imperialismo inglês), Haddad deduz que a “soberania popular é um conceito que não foi plenamente assimilado pelos militares”. Isso significaria que não tendo “assimilado plenamente”, eles teria assimilado, parcialmente, alguma coisa sobre a soberania popular.

Nessa questão também, Haddad não aponta em que aspectos se poderia encontrar a “assimilação” prática da ideia de “soberania popular” ou mesmo de “soberania nacional” ou de qualquer soberania diante do grande capital internacional, dos abutres que expropriaram e querem continuar expropriando a economia, o território e o povo brasileiro.  Onde estaria a “soberania”, quando os mais destacados chefes militares, os “briosos” generais, Mourão e Heleno, o capitão Bolsonaro e demais chefes militares – sem nenhuma voz dissonante no alto comando – pisoteiam a Constituição e/ou dão cobertura aos que o fazem, ameaçam o povo, inclusive, com um novo golpe e elogiam a ditadura militar e seus crimes e ainda, punem e ameaçam os que defendem a verdade ou qualquer coisa que se aproxime dela, como as investigações levada adiantes pela Comissão da Verdade.  Onde estaria o resquício de “assimilação” da soberania, quando os esses chefes militares estão em maioria no governo que está entregando o petróleo brasileiro, a Amazônia, todas as riquezas minerais, apoiando e realizando o massacre de negros e pobres na periferias (exigindo inclusive cobertura “legal” para matar sem ter que se submeter à Lei e à justiça comum), dos sem terras, dos indígenas etc. para favorecer os interesses do grande capital norte-americano, dos banqueiros e de um punhado de grande capitalistas “nacionais”, tão “nacionais” como os “briosos” militares.

Ainda segundo o ex-presidenciável (que já se aparenta candidato para as nada garantidas eleições de 2022), a “deturpação do conceito de soberania nacional “viria de que esta teria sido “reduzida à ideia de defesa do território”. Mas onde Haddad viu tais militares, golpistas e ditadores defenderem um único centímetro do território nacional e da economia do País que está sendo totalmente entregue ao controle de grandes grupos internacionais ou de “brasileiros” a ele consorciados. Se eles são os chefes do governo que está planejando entregar para exploração de empresas mineradoras norte-americanas até mesmo as reservas indígenas?

Hadad conclui de forma jocosa, afirmando que “pelo jeito, restará ao povo deste novo protetorado americano vender bijuterias de nióbio em Angra dos Reis”. Isso porque, como em toda a sua trajetória política se mostra, uma vez mais, de esboçar uma reação real contra o golpismo e a submissão total dos militares aos interesses alheiros aos do povo brasileiro, para o que seria necessário afirmar que  para por fim ao regime de entrega e submissão por eles imposto e sustentado seria preciso uma ampla luta, uma mobilização popular para por fim ao governo Bolsonaro e ao regime golpista, convocando novas eleições, libertando Lula e permitindo que ele seja candidato, como querem milhões de brasileiros (inclusive a imensa maioria que votou em Haddad tão somente porque ele era o candidato substituto, apoiado pelo ex-presidente).

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