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Haddad diz que Brasil não aguenta 8 anos de Bolsonaro, mas 4 sim…

No último sábado (3), o petista Fernando Haddad defendeu, durante sua fala na 21ª Conferência Nacional dos Bancários, a formação de uma “frente progressista” para as eleições presidenciais de 2022. Disse ele: “temos de ganhar as eleições de 2022, porque esse País não aguenta oito anos de Bolsonaro”, como se já estivesse em campanha.

De fato, condenar os trabalhadores brasileiros a oito anos de governo Bolsonaro seria desastroso. Capacho do imperialismo norte-americano e admirador de torturadores, Bolsonaro já se mostrou disposto a massacrar toda a população em favor dos interesses dos capitalistas. No entanto, esperar o ano de 2022 para pôr fim ao governo Bolsonaro é, da mesma forma, uma sentença de morte e sofrimento para milhões de trabalhadores.

Bolsonaro está no poder há apenas sete meses e tem tido uma série de dificuldades para governar, tendo em vista a profunda crise em que o regime político se encontra. Mesmo assim, nesse tempo, Bolsonaro foi capaz de impor a reforma da Previdência à Câmara dos Deputados, encaminhar uma série de privatizações, realizar cortes orçamentários que poderão levar as universidades públicas à falência, restringir os empréstimos bancários solicitados pelos municípios do Nordeste, entre muitos outros ataques. A permanência de Bolsonaro no poder é uma constante ameaça a toda a população.

O fato de que Bolsonaro tem como objetivo travar uma guerra contra os interesses da população para favorecer os capitalistas que lhe financiam já é suficiente para que seu governo seja contestado e para que os movimentos legítimos dos trabalhadores reivindiquem sua derrubada. Se for levado em consideração que Bolsonaro se tornou presidente por meio de uma fraude eleitoral e que, desde março, sua impopularidade se tornou evidente, não há nada mais democrático do que defender o fim imediato do governo Bolsonaro.

Os bancários que o digam. Enquanto os bancos estão batendo seguidos recordes de lucros, a categoria amarga dezenas de milhares de demissões e a ameaça de privatização dos bancos estatais que sobraram da devastação da famigerada era FHC, como a Caixa, BB e BNDES.

Apoiar que os trabalhadores sejam submetidos a mais três anos de ataques às suas condições de vida é indefensável para qualquer pessoa que se considere de esquerda. No entanto, no caso de Haddad, há um segundo problema quando se defende a permanência do governo. Bolsonaro representa os interesses do imperialismo, que deu o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e que, empurrado pela crise aguda do capitalismo, irá procurar criar as condições que lhe sejam mais favoráveis para manter a população sob o seu controle. Isto é, se a direita permanecer avançando no regime político, como vem fazendo desde 2016, a tendência é que o país se encaminhe para uma ditadura e que organizações de esquerda, como o próprio Partido dos Trabalhadores, do qual Haddad faz parte, seja cassado.

O preparo para as eleições de 2022 coincide, obviamente, com a ausência de um plano de lutas para a atual etapa. A defesa de que o governo Bolsonaro perdure até 2022 é a defesa de que o movimento operário, a juventude e toda a população fique paralisada diante dos ataques. Trata-se, portanto, de uma política de colaboração com o governo Bolsonaro, baseada na ilusão de que o melhor caminho para a esquerda não seria travar uma luta política, ancorada na mobilização revolucionária dos trabalhadores, mas sim fazer acordos e aguardar pelas eleições controladas pela direita.

Essa disposição em negociar com os partidos e políticos do regime foi claramente mencionada por Haddad em sua fala na Conferência dos Bancários. Segundo ele, os partidos “de centro” (isto é, os partidos da burguesia) “apoiaram o pior quadro político da história do Brasil e agora estão lamentando envergonhadamente por terem alimentado um bicho que eles não conseguem domesticar. É disso que se trata: nós temos hoje um bicho na presidência da República que não quer ser domesticado. O centro está acuado, envergonhado demais.”

Por pior que seja o governo Bolsonaro, os partidos e políticos burgueses não irão, em momento algum, “doméstica-lo” e defender os interesses dos trabalhadores. Afinal, tais partidos surgem com o objetivo de justamente impedir que os trabalhadores tomem o poder ou tenham suas reivindicações atendidas e, para isso apoiaram o golpe. É preciso, portanto, organizar um movimento independente, que possa mobilizar todos os explorados pela liberdade de Lula, pela derrubada do governo Bolsonaro e pela convocação de eleições gerais com Lula candidato!

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