A devastação que a epidemia do coronavírus vem causando no país ameaça transformar o Brasil em um grande cemitério, ou em uma gigantesca vala comum, onde os mortos pela Covid-19 já nem mais são sepultados em locais destinados para esse fim. A tragédia e a catástrofe nacional que vem tomando conta de todas as regiões do território nacional não conhece paralelo na história recente do país – mesmo considerando a política de forme, miséria e sofrimento que a burguesia, há décadas, impõe aos mais pobres, incluindo aí as centenas de milhares de assassinatos perpetrados pela criminosa Polícia Militar, destacamento assassino do Estado criado para reprimir e exterminar os brasileiros pobres e indefesos.
O Brasil atingiu na sexta-feira, dia primeiro de maio, a marca horrenda e macabra de mais de noventa mil casos confirmados de infecção por coronavírus. Mais precisamente, os números avançaram para 6.209 casos em 24 horas, elevando a taxa de infectados para o patamar de 91.589 pessoas. No que diz respeito às mortes, os registros oficiais dão conta de 6.329 óbitos em todo o país. Se fossem esses os números verdadeiros, tanto de infectados como de pessoas que já perderam a vida, isso já seria uma enorme barbárie, uma tragédia social de gigantescas proporções. No entanto, já é de domínio público e aceitação inclusive por parte das autoridades sanitárias do país que esses números estão bastante subnotificados, não correspondendo, nem minimamente, a qualquer realidade sensata e razoável.
O país não realiza testes de forma eficaz na população, o que impede o diagnóstico correto da situação, mascarando os verdadeiros números dos efeitos da pandemia entre o povo, especialmente a população pobre e explorada, que não dispõe das condições mínimas mais elementares para a realização dos diagnósticos que permita ter conhecimento da realidade da pandemia no Brasil. Isso conduz a especulações que projetam um enorme estado de calamidade que já estaria instalado no país, onde as previsões mais ou menos pessimistas apontam para um número dez vezes maior de infectados em relação aos números oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.
Esse quadro já coloca o Brasil entre os mais infectados do mundo pelo vírus, já tendo ultrapassado países que inicialmente apareceram liderando as estatísticas de infecção e mortos pela pandemia, como Itália, Espanha, China e Irã. Não há dúvidas de que essa situação de caos, tragédia e sofrimento pela qual vem passando o país é o resultado da política genocida e criminosa dos golpistas que, conscientemente, assistem a todo esse horror de forma totalmente insensível e inerte, pois nada fazem de concreto para prestar a necessária assistência à população necessitada, os mais vulneráveis aos efeitos e resultados trágicos da pandemia.
É necessário, para superar esse quadro de dor e sofrimento às famílias mais pobres, ou seja, a imensa maioria da população, uma vigorosa e decidida campanha de denúncia à política criminosa do governo federal e dos governadores, e principalmente um plano de ação para mobilizar os trabalhadores e a população explorada, colocando em movimento a energia social das massas no sentido de impor, por meio da luta, o direito à assistência médica, o que vem sendo negado pelos direitistas reacionários que usurparam o poder e elegeram, de forma fraudulenta, Bolsonaro, serviçal da burguesia e do imperialismo.