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Neoliberalismo em ação

Há um ano, Catedral de Notre-Dame era destruída por incêndio

A destruição do monumento histórico é resultado da incapacidade da política neoliberal de preservar os tesouros da humanidade.

Neste dia 15 de abril de 2020 às 20hs do horário de Paris o sino “Emmanuel” da torre sul da catedral de Notre-Dame tocou, solitariamente, para marcar o trágico aniversário de um ano do incêndio que destruiu boa parte de uma das mais antigas catedrais góticas francesas, um dos monumentos históricos mais visitados e admirados em todo o mundo.

O incêndio violento começou nas torres pelas 18:50, horário de Paris, perto da hora em que a catedral encerrava as visitas dos turistas. Logo uma fumaça cerrada se tornou preta, indicando um fogo de grandes proporções.

Com o fogo ruiu todo o telhado e sua pesada armação, parte da abóbada e a “flecha” (a torre mais alta), além de todas as paredes e teto terem sido severamente afetados. Muitas obras de arte e relíquias religiosas foram removidas, mas várias sofreram danos, como foi o caso do órgão de tubos principal, um instrumento de cinco teclados e cerca de 8 mil tubos construído no século XVIII. Sua estrutura foi afetada pelo calor e pelos jatos d’água jogados pelos bombeiros.

A catedral abrigava também inúmeras obras de arte de valor inestimável e relíquias religiosas como a coroa de espinhos de Jesus que se acreditava ter sido usada antes da crucificação, fragmentos de madeira da cruz, além de um prego do Santo Sepulcro. Estavam lá também relíquias de Santa Geneviève, padroeira de Paris e de São Denis.

Reformas emergenciais

Na época do incêndio o edifício passava por uma reforma emergencial. Há muito tempo que a catedral precisava de cuidados, já que havia muitas partes degradadas pelo tempo, erosão e poluição e apresentava ameaça de ruir. Em 2014 o Ministério da Cultura francês havia feito um cálculo de que seriam necessários 150 milhões de euros para uma completa restauração. Em 2017 o governo destinou apenas dois milhões de euros por ano para a sua manutenção.

O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu reconstruir a catedral em um prazo de cinco anos, fazendo uma campanha para levantar doações da iniciativa privada.
Porem ficou evidente que o governo neoliberal francês, apesar de toda a comoção mundial causada pelo evento, seguiria sua política de não fazer investimentos em obras do interesse do povo e continuaria a favorecer programas de austeridade fiscal, política essa que se refletia na revolta da população francesa, especialmente nos protestos dos chamados coletes amarelos.

Neoliberalismo

É sintomático que este desastre tenha ocorrido em Paris, coração da França, um dos principais países imperialistas. É mais uma amostra de que o capitalismo não é capaz de dar conta de suas inúmeras contradições. É um instrumento que só serve para favorecer as grandes empresas e a burguesia em detrimento dos interesses da população.

Aqui no Brasil este mesmo descaso público com seus tesouros culturais foi constatado em pelo menos seis grandes incêndios que ocasionaram perdas irreparáveis.

Boa parte da história do país foi destruída em incêndio em locais como o Museu Nacional (no Rio de Janeiro) em 2108, o Museu da Língua Portuguesa (São Paulo) em 2015, a Cinemateca Brasileira (São Paulo) em 2016, o Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais em 2013, o Memorial da América Latina (São Paulo) em 2013, Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios (São Paulo) em 2014 e o Instituto Butantã (São Paulo) em 2010.

Todos eles foram vítimas do mesmo desinteresse que o neoliberalismo tem com tesouros históricos e com a própria cultura do país. Pode-se verificar que boa parte destes incêndios ocorreram em São Paulo, governado há mais de 20 anos pelo partido de direita PSDB. João Dória, governador de São Paulo, é o atual herdeiro desta política. Ele já entregou vários dos patrimônios do estado para a iniciativa privada como o caso do Estádio do Pacaembú e não tem nenhuma intenção de parar.

Que este aniversário da destruição de Notre-Dame permaneça em nossa lembrança como o triste retrato do que o capitalismo reserva a todos nós e que o fim do capitalismo pelo proletariado é a única saída real para que no futuro tenhamos uma sociedade que preza pelos valores culturais e não pelos monetários.

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