Djamila Ribeiro é apontada como “personalidade do amanhã” e se encontrou com Macron.
A julgar pela nomeação de Djamila Ribeiro como “personalidade do amanhã”, o amanhã será de tempos sombrios.
Djamila Ribeiro é autora do livro O que é lugar de fala? e revela-nos como será uma sociedade em que esse “lugar de fala” predominar. Um futuro orwelliano.
E lá vai ela para a França receber um prêmio patrocinado pelo imperialismo, por utilizar e propagar conceitos inventados pelo próprio imperialismo como forma de censura e opressão.
A verdade é que todas essas teorias, como “Lugar de fala” e “apropriação cultural representam uma espécie de Index Prohibitorum e a origem delas é o centro nervoso do imperialismo mundial, os Estados Unidos. O tal “lugar de fala” é o lugar de fala do opressor. Por que lutar contra indivíduos, separando ainda mais a sociedade humana em classes, raças e gêneros, pelo direito de falar, em vez de lutar contra aquele que detém a palavra suprema, que é justamente o imperialismo mundial, com o domínio dos meios de comunicação?
Não. É mais fácil agredir pessoas individualmente com conceitos vindos do hemisfério norte. Bandeiras inúteis de uma esquerda pequeno-burguesa. E enquanto essas pessoas são agredidas, cumprimenta-se Emmanuel Macron, um dos carniceiros da gente negra e da gente branca, com suas políticas genocidas, e propagandista dessas teses ridículas.
Já muitos intelectuais apontam o “lugar de fala” como uma forma de censura. O sentido do “lugar de fala” é que um branco não pode opinar sobre assunto que envolve o negro e um homem não pode opinar sobre assunto de mulher. Ainda que seja importante que negros e mulheres tenham vozes próprias, impedir a manifestação de quem quer que seja é censura.
Nos debates sobre questões de negros e mulheres nos meios da esquerda pequeno-burguesa, a argumentação de homens e brancos é refutada não porque seus argumentos sejam incoerentes, mas porque são argumentos de brancos. Não se refuta um argumento com outro argumento, mas refuta-se um argumento atacando-se o argumentador.
Djamila Ribeiro é uma ativista que defende a censura. Afirma, por exemplo, que não se pode usar a palavra “mulata”, pois essa palavra vem de “mula”. É a favor, também, de proibir marchinhas de carnaval que tenham conteúdo machista, racista ou homofóbico. O que ela não percebe é que, se tiver sucesso, a própria censura será utilizada no futuro para proibir outras vozes, inclusive a dela.
E, ainda mais ridículo, é não perceber o que acontecerá com a língua se ela passar a ser censurada. Não restará palavras para expressar ideias. E o lugar de fala irá para as cucuias.
Uma bandeira de luta como “lugar de fala” representa uma luta inútil contra algo inútil, pois não tem poder de calar ninguém. Uma bandeira de luta como “apropriação cultural”, tampouco, pois toda cultura humana já foi apropriada de uma maneira ou de outra pela burguesia. Toda forma de cultura está no mercado.
Essas políticas pequeno-burguesas são munições de pólvora seca. Serão usadas para combater um inimigo abstrato e o resultado, nesse combate, será quase nulo. Mas, no futuro, na época das “personalidades do amanhã”, voltar-se-á contra seus próprios propagadores para calar-lhes a boca e mostrar que lugar de fala só o tem quem é dono de meios de comunicação de grande porte. E todos se calarão.
O verdadeiro combate, seja do movimento negro, seja do movimento de mulheres e de outros milhares de movimentos de oprimidos deve ser travado em outro terreno. Em primeiro lugar é preciso determinar quem é o opressor. É o homem que oprime a mulher ou é o sistema capitalista que também oprime toda a humanidade? É o branco que oprime o negro ou é o sistema capitalista, que oprime brancos e negros?
O uso de armas como “lugar de fala”, “apropriação cultural” e outras bobagens desse tipo é o mesmo que utilizar pedras contra balas de canhão. Não passam de pedras, mas são pedras direcionadas contra o inimigo errado.