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03/07/62: fim da Guerra da Argélia e proclamação da República

A Guerra da Argélia terminou com o reconhecimento da independência em 3 de julho de 1962, proclamada após 132 anos de colonização francesa, que teve início em 14 de junho de 1830 com o desembarque de forças francesas na costa de Sidi Fredj. Porém, seguindo um desenlace que durou até 25 de setembro de 1962, quando de fato se constituiria a República argelina democrática e popular. Com um discurso breve e televisionado nacionalmente, o general De Gaulle, logo em seguida ao referendo de autodeterminação de 1º de julho, previsto pelos Acordos de Evian de 18 de março de 1962, declarou o momento tão esperado pelos argelinos que tiveram seu sangue derramado para obter sua liberdade.

Depois da assinatura dos Acordos de Evian em 18 de março de 1962 e a declaração de cessar-fogo no dia seguinte, foram necessários 4 meses para que a Argélia conquistasse totalmente a sua independência.

O confronto pra liberdade do povo argelino foi um embate sangrento e longo. Civis europeus, nativos muçulmanos, o exército organizado pela Frente de Libertação Nacional (FNL), e o Exército francês, se digladiaram, somando milhares de mortes. Essa Guerra de Independência, ou “Guerra de Libertação Nacional”, foi um conflito que se iniciou com o Massacre de 5 de Julho – ou Massacre de Orã -, cidade argelina.

A FLN, como uma frente nacionalista de libertação colonial, foi criada em 1º de novembro de 1954, pelo Comitê Nacional de Unidade e Ação, unindo pequenos partidos e com o objetivo de obter a independência. O partido foi parte de um corpo revolucionário que dirigiu a guerra pela independência. Este comitê pretendia unir todas as facções de luta contra a França. Em 1956 quase todas as organizações nacionalistas na Argélia tinham se juntado à FLN. Nesse mesmo período a FLN se reorganizou em um governo provisório. Consistia de 5 homens fortes e um corpo legislativo.

A França organizou a força de repressão interna contra a FLN, pois os argelinos se organizaram nos bairros de forma armada, e, vale lembrar, que esses bairros foram fechados como campos de concentração, com cercas e policiais armados. O exército para esmagar definitivamente a revolta, utilizando todos os meios a sua disposição, inclusive a tortura planificada, foi colocado em prontidão por Gaulle pela autodeterminação como única saída possível ao conflito, o que levou uma fração do exército francês a se rebelar e entrar em oposição aberta com o poder.

A situação de crise de comando opôs, principalmente, de um lado o exército francês, utilizando suas tropas de elite dos paraquedistas (denunciados por serem os torturadores treinados para esta tarefa), contra o Exército de Libertação Nacional (ALN), braço armado da Frente de Libertação Nacional (FLN) na origem da insurreição. Mas vale dizer que cerca de 180 mil muçulmanos argelinos combateram do lado francês, considerando sempre que os números sempre são modificados para fins de propaganda contra os revoltosos.

E para finalizar, temos que lembrar que esse grande conflito tinha seu cunho ideológico no interior das duas comunidades, o que levou a sucessivas situações de atentados, assassinatos e massacres nas duas margens do Mediterrâneo.

Houve um grande êxodo de uma grande parte dos “Pieds-Noirs” (um termo usado para fazer referência aos cidadãos franceses, e outros de ascendência europeia, que viveram no Norte da África francês, nomeadamente a Argélia), cerca de um milhão. Essa guerra fez parte do movimento de descolonização que afetou os impérios ocidentais após a Segunda Guerra Mundial e se inscreveu nos quadros do combate anti-imperialista, mostrando a capacidade do imperialismo de esmagar povos inteiros, torturar dezenas de milhares, mas também, trouxe à tona a força dos povos quando se organizam de forma revolucionária.

 

 

 

 

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