A direção do Sport Club de Recife, de forma completamente injusta, tentou atacar as torcidas organizadas tanto de seu time, quanto do time adversário, tentando impedi-las de irem ao jogo Sport x CRB, de Alagoas, na última segunda-feira (7). O estádio Rei Pelé, em Maceió, foi palco dessa 27º rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Segundo o comunicado da direção do Sport, com assinatura da vice-presidência, eles gostariam de “evitar confrontos entre torcidas (já ocorridos anteriormente), como forma de contribuir para o evento, em clima de segurança”, contudo, essa tentativa de afastar as torcidas organizadas mais parece um mecanismo de afastar do evento as pessoas mais pobres que, para as diretorias, não são polidas o suficiente para passarem um jogo inteiro sentadas.
O clube ainda quis contornar a história, afirmando que o objetivo era, também, de evitar prejuízos para a instituição “decorrente de interpretações de responsabilidades inapropriadas”. Essa atitude é reflexo da situação onde os dirigentes estão indo cada vez mais contra os torcedores, já que as torcidas organizadas são, por excelência, um instrumento popular criado justamente para democratizar os clubes e combater as burocracias dirigentes. Há uma guerra aberta contra as organizadas em todo o País, principalmente em relação às torcidas organizadas que possuem um tom político em suas manifestações futebolísticas, dentro ou fora dos estádios.
Essa não é a primeira vez que o Sport tentou barrar as Torcidas Organizadas dos jogos do time, em 2016 o clube conseguiu banir uma das maiores Torcidas Organizadas deles, a Torcida Jovem, sendo obrigadas a fica de fora de todos os jogos, dentro ou fora do País, incluindo amistosos e treinos. Naquela época, o presidente da instituição, João Humberto Martorelli, afirmou que: “estamos dedicando todos os nossos esforços para banir as torcidas organizadas violentas, sobretudo a Jovem, que tem um grande histórico de atos de vandalismo e criminal”. O que ele provavelmente não pensou é que principalmente os jovens vêem o futebol como lazer e cultura, e tirar isso deles é marginalizá-los, até por sua classe social.
Aos poucos, as torcidas organizadas tendem a ser suprimidas pela burocracia dos clubes e estádios, quase como se fossem criminosas, e o que aparenta estar por trás é uma manobra política e de marginalização do povo, minando a participação popular em uma área que é uma das principais representantes da cultural brasileira, que é o futebol, principalmente pelo esporte ter uma carga política e de representatividade grande das classes mais pobres.
Confira a nota da diretoria do Sport:
A Vice-Presidência da Torcida dá ciência aos desportistas e torcedores do Sport Club do Recife, que adotou providências no sentido de aconselhar as Torcidas Organizadas, a não comparecer ao Estádio Rei Pelé, no dia 07/10/2019 para assistirem ao jogo CRB X Sport, pelo Campeonato Brasileiro Série B – 2019, a fim de evitar confrontos entre torcidas (já ocorridos anteriormente), como forma de contribuir para o evento, em clima de segurança, e assim, concorrer para que não haja qualquer tipo de prejuízo para o Clube, decorrente de interpretações de responsabilidades inapropriadas.