“Isso não pode acontecer. É nosso patrimônio, nossa cultura. A estátua não faz mal a ninguém. As pessoas chegam, tiram fotos, aí a pessoa fazer um negócio desse? É muito errado”, conta um rapaz, indignado. “Já aconteceu muito esse vandalismo, não de derrubar, mas de quebrar partes. No sábado eu trabalhei e a estátua estava aqui normal”, relata também o também comerciante Luis Severino Pereira, de 67 anos, que trabalha há 30 anos no lugar.
A estátua foi derrubada e se encontra com os pés e as pernas quebradas, sendo alvo de um ataque extremista na madrugada desta segunda-feira (21), em Recife, capital de Pernambuco. A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) informou que a escultura foi depredada e que equipes verificam a extensão dos danos para providenciar o reparo.
A obra, é assinada pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, integra o Circuito da Poesia da cidade do Recife desde 2017 e foi instalada em frente ao Teatro Arraial Ariano Suassuna, na Rua da Aurora. O percurso homenageia grandes nomes da música e da literatura, como Clarice Lispector, Manuel Bandeira, Luiz Gonzaga e Chico Science.
E algumas esculturas apresentavam rachaduras, pichações e placas de identificação ilegíveis. Mas, de todas as obras, a estátua derrubada do escritor é a que apresentou o ato de depredação mais brusco o que mostra que isso só pode ter sido obra de inimigos da cultura e como tais, provavelmente bolsonarista com aval desse governo fascista que defendem.
Um breve resumo de sua vida: Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927. Filho de um influente político, João Suassuna, cujo assassinato foi movido por motivações políticas. Foi o sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989, na sucessão de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça. Faleceu no dia 23 de julho de 2014, no Recife, aos 87 anos. Em uma de suas mais célebres frases, Ariano afirmava: “Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”, resumindo assim sua intensa e importante trajetória na Literatura Brasileira.
O governo fascista de Bolsonaro é contra e vem atacando tudo que representa educação, artes e cultura. E essa atitude que parece isolada, provavelmente foi inspirada e estimulada pelo bolsonarismo. O autor de “Romance da Pedra do Reino” e “O Auto da Compadecida”, certa vez declarou que “Lula foi o maior Presidente que o Brasil já teve”, mostrando seu posicionamento político e levantando o ódio daqueles que são inimigos do povo.