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A direita espolia o povo

Guatemala: povo fez governo recuar nos cortes de U$S 25 bilhões

Embora seja uma manobra da direita a bandeira da corrupção, os vários governos de direita na Guatemala vêm sucessivamente massacrando o povo, que agora explodiu e não sai das ruas.

Nas manifestações da Guatemala, milhares de pessoas saíram às ruas pelas cidades de todo o país no sábado e domingo (21 e 22). No edifício do Congresso, manifestantes invadiram o prédio e uma ala do grupo acabou ateando fogo numa parte, tal a indignação a que se chegou com o governo e os parlamentares.

A situação social e política no país já era bastante instável diante de todos os problemas por que passam os guatemaltecos, tendo sido agravada pela pandemia, e mais dois furacões que passavam por lá. Mas, depois que um polêmico projeto de lei orçamentária para 2021 – o maior da história da Guatemala, avaliado em US$ 13 bilhões – os manifestantes se exaltaram e não perdoaram o mal feito. Principalmente por querer fazer cortes financeiros eliminando a assistência alimentar a mães e crianças, para o sistema hospitalar do país e para o sistema judicial, e não economizar aumentando a contribuição para a alimentação de deputados, funcionários públicos, e infraestruturas para benefício de empresas e construtoras.

Segundo dados oficiais do país, Guatemala é a sexta maior taxa de desnutrição crônica do mundo, com metade de todas as crianças menores de cinco anos sofrendo as consequências dessa desnutrição, não se justificando o corte de US$ 25 milhões destinados a este importante combate. Por isso mesmo, a ruas reclamaram tão fortemente, que, depois de aprovado o corte, o Congresso precisou se reunir rapidamente para aprovar uma emenda que reestabelecesse o fundo.

Mesmo assim, e, por mais que o Congresso tenha reagido prontamente, a iniciativa não conseguiu debelar a manifestação do povo e conter os ânimos. A desestabilização social só fez piorar com o ocorrido, que mostrou um povo indignado com um projeto que, mais uma vez, o colocou lado diante das prioridades orçadas.

Assim como no Brasil, o auxílio emergencial na Guatemala foi definido pelo governo de Giammattei com um valor muito insuficiente e também gerou confusão. Com o nome de “Bono Familia” Giammattei prometeu US$ 390 em três prestações. Porém, com uma distribuição muito irregular, principalmente por ter sido feita prestigiando a região central do país, e negligenciando os departamentos mais pobres, estima-se que apenas US$ 292 serão entregues no total.

É claro que todos esses problemas, agravados ainda mais com uma assistência ruim na pandemia, acabou gerando mais protesto junto à população já muito indignada com a falta de assistência, enquanto um orçamento bilionário era aprovado com cortes importantes no financiamento de políticas públicas.

As suspeitas de corrupção do governo de Giammattei também estiveram entre as demandas dos manifestantes do último fim de semana, que exigiram a renúncia do presidente.

Mas não é de hoje que a Guatemala protesta, sendo as manifestações contra Giammattei o acirramento de uma crise que se aprofundou ainda mais com o tempo. A “primavera guatemalteca”, como é chamado o movimento social de 2015,  obteve forte impacto que acabou com a renúncia do presidente Otto Pérez Molina em setembro do mesmo ano.

Em 2015 e 2017, os guatemaltecos saíram às ruas para protestar casos de corrupção envolvendo seus respectivos presidentes. As denúncias de corrupção contra os governantes não são novas. O sucessor de Caballeros, Otto Perez Molina e sua vice-presidente, renunciaram em 2015, um em seguida ao outro sob essa acusação.

Na sequência, em setembro de 2017, descobriu-se que Jimmy Morales (2016-2020) vinculado ao partido de direita, Frente de Convergência Nacional, estava secretamente recebendo um “bônus de risco” de $7.300 das Forças Armadas a cada mês (um aumento salarial irregular de 33%). É também foi acusado de financiar ilegalmente a sua campanha eleitoral de 2015. No entanto, o Congresso se recusou a levantar sua imunidade nesses dois casos.

Alejandro Eduardo Giammattei Falla  é considerado conservador e de direita. Giammattei manteve uma posição contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a favor da pena de morte e uso militar na segurança do cidadão. Prometeu trazer de volta a pena de morte para ajudar a “esmagar as gangues violentas, combater a pobreza e acabar com a corrupção repugnante”. 

A Guatemala é a principal economia da América Central e tem os EUA como principal mercado importador de suas commodities. Está em aberto se a política do imperialismo passa por sustentar o atual governo de direita e perseguir os opositores à sua política de rapina, mantendo uma aparência de democracia, ou se imporá a sua política através de um golpe de Estado aberto, inclusive com a possibilidade de um golpe diretamente militar.

O estouro na Guatemala são os mais recentes de uma explosão que, desde 2019, vem se espalhando por toda a América Central e Latina. Com tantos problemas nas Instituições políticas, que segue perdendo a credibilidade do povo, e a profunda instabilidade social por várias crises que envolve desde a economia até a saúde com a pandemia, potencial de levar existe a possibilidade de uma séria convulsão social. O povo está mostrando que não ficará inerte esperando uma tragédia maior.

Esse, aliás, é o único caminho para que a classe trabalhadora se imponha contra um regime de espoliação e exploração desmedida.

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