Nesta semana foi noticiado o fato de que um consultor do papa Francisco, Juan Grabois, tentou visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para lhe entregar um rosário abençoado pelo próprio líder religioso, mas foi barrado. A notícia, obviamente, só foi repercutida entre veículos da imprensa alternativa, como Brasil 247, DCM e Fórum, já que para a imprensa burguesa, só interessam matérias que detonem a imagem do ex-presidente.
Logo após o fato, um veículo que se diz especializado na “checagem de fatos”, a Agência Lupa, de propriedade da Folha de S. Paulo e do UOL, acusou os sites de propagarem “fake news”, dizendo que a notícia seria falsa e teria sido inclusive desmentida pelo Vatican News, veículo oficial do Vaticano.
Após a polêmica se estabelecer, e a difamação dirigida à imprensa independente e de esquerda ter sido propagada largamente pelas redes sociais, descobriu-se que, na verdade, a notícia era real, e a agência especializada em “checagem de fatos” cometeu um grave erro. Isso se foi um erro mesmo, pois diante do controle de veículos golpistas, é de se suspeitar que o factóide foi usado para justamente atacar os veículos da mídia alternativa, que são os únicos, coincidentemente, que ainda defendem Lula de sua prisão política e procuram dar uma visão popular e de esquerda para o noticiário.
Essa é mais uma prova do real significado da campanha “contra as fake news”, tanto impulsionada pela burguesia imperialista. Essa campanha visa difamar e desqualificar todo e qualquer veículo que não reproduza a visão “oficial” da burguesia sobre os fatos. Os grandes jornais do Brasil, por exemplo, desempenharam um papel vexatório durante o golpe de 2016, ao inventar tudo o que fosse possível para minar o governo de Dilma Rousseff, e mesmo assim não foram acusados de “fake news”.
A campanha descarada de censura tem que ser combatida e explicitada por todos aqueles que vêem na mídia alternativa e de esquerda um último raio de esperança, em um país completamente dominado por veículos de inclinação golpista, totalmente subservientes aos interesses estrangeiros.