Desde o último dia 25 de março, os EUA oficialmente “dão” a Israel um pedaço da Síria, como se fossem donos do mundo.
O presidente Donald Trump, em cerimônia com a presença do primeiro-ministro israelense, Netanyahu (os dois ídolos vivos do Bolsonaro, presidente ilegítimo do Brasil) assinou uma “proclamação presidencial” na qual reconhece que as Colinas de Golã, que Israel invadiu e ocupa militarmente em território sírio desde 1967, pertencem a Israel.
Um escandaloso caso de grilagem internacional, em que os EUA fazem uso de “seu tamanho” para prejudicar, não só a Síria, mas todos os outros países do Oriente Médio, impondo a vontade de seu apadrinhado de sempre. A comunidade internacional de nações nunca legitimou essa apropriação por parte de Israel. Ao bem da verdade, Israel sequer existiria se não fosse obra do imperialismo.
Um resumo da história: desde o século 19 que existia a ideia da criação de um país que os judeus, espalhados pelo mundo, pudessem chamar de seu. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, talvez um pouco como compensação pelas atrocidades que o povo sofreu pelos nazistas, os judeus conseguiram a atenção da então recém criada ONU (Organização das Nações Unidas), que decidiu, em 1947, pela criação de dois estados independentes naquela região. O Estado de Israel foi oficialmente criado em 1948. O outro estado, a Palestina, nunca saiu do papel.
Todo o conflito desde então, entre árabes e judeus teve início aí.
Para que o Estado de Israel fosse criado, o imperialismo impôs que os países que já estavam ali perdessem território e sem ganhar nada com essa generosidade alheia. Já no dia seguinte à sua criação, o novo estado foi atacado militarmente por Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque. Em 1949, com o “cessar fogo”, uma “linha verde” foi desenhada estabelecendo os limites do território já em disputa.
Em 1967 eclodiu outro conflito, que ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, quando Israel venceu seus vizinhos e decidiu ficar nas Colinas do Golã que tinha invadido em território sírio. Não tem nada lá de importante a não ser o fato de ser um ponto elevado estratégico de observação e lançamento de ataques.
Desde 1974 a área é monitorada por “forças de paz” da ONU e, em 1981, o parlamento israelense aprovou uma lei anexando as colinas ao território de Israel. Isso nunca foi reconhecido por outro país. A decisão de Trump afeta todo o entorno de Israel, todos os países e grupos armados que se opõem ao desenho das fronteiras do Estado de Israel desde 1948.