No próximo dia 17, grupos de extrema-direita do Rio Grande do Norte pretendem realizar uma greve da Polícia Militar. A greve está sendo organizada por facções da Polícia Militar que são abertamente bolsonaristas e com características fascistas.
Supostamente, a greve teria como objetivo reivindicar o pagamento de salários atrasados por parte do governo do Estado. No entanto, não é exatamente os salários que estão movendo a extrema-direita para organizar uma greve da Polícia Militar. O atraso no pagamento de salários é o resultado da política do governo anterior, que era chefiado por Robinson Faria (PSD). Quando Fátima Bezerra (PT) assumiu o governo, ela negociou com todas as categorias, incluindo a PM, e propôs um calendário de pagamentos que foi acatado pela própria Polícia.
O verdadeiro objetivo da greve é atacar o governo de Fátima Bezerra – seja para pressioná-la a atender as reivindicações da direita, seja para preparar sua queda no futuro. Afinal, Fátima Bezerra é a governadora do Nordeste que menos tem sinalizado para uma colaboração com o governo Bolsonaro, em contraste com o governador Rui Costa (PT-BA), que vem defendendo abertamente a permanência de Bolsonaro na presidência e se opondo a qualquer mobilização contra o governo, além de atacar duramente os servidores públicos da Bahia, como os professores das universidades estaduais baianos que estão em greve.
A atuação da extrema-direita no Rio Grande do Norte já é bem conhecida. No fim de 2018, um policial militar de esquerda, que fazia parte do movimento Policiais Antifascistas e estava trabalhando como segurança particular de Fátima Bezerra, foi assasssinado pela extrema-dierita.
Se a extrema-direita terá sucesso em organizar a greve, ainda é uma incógnita. No entanto, a política da esquerda e dos setores democráticos não pode ser a de subestimar o movimento: é necessário denunciar a investida golpista da extrema-direita e combatê-la.