A fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) anunciou a demissão de 747 operários das quatro fábricas paranaenses. As demissões aconteceram depois de os trabalhadores reprovarem, na sexta passada, proposta de PDV (Plano de Demissões Voluntárias) apresentada pela Renault para o desligamento de 800 pessoas da unidade paranaense – responsável pela produção dos modelos Sandero, Stepway, Logan, Duster, Duster Oroch, Captur, Kwid e Master. A empresa joga nas costas dos trabalhadores a crise capitalista aprofundada pela política da extrema direita e da direita no país, alegando que diante da queda de 47% nas vendas da marca no primeiro semestre de 2020, impactadas pela pandemia do coronavírus. E ainda se aproveitando da MP936, aprovada pelo governo fascista de Bolsonaro, os criminosos capitalistas franceses informam com a cara totalmente deslavada que os funcionários demitidos terão direito, além das verbas rescisórias previstas pela Medida Provisória 936, a vale-mercado integral até outubro, plano de saúde até o fim do ano e orientação para recolocação no mercado de trabalho.
Frente ao ataque dos capitalistas industriais, os trabalhadores em assembleia na quarta feira aprovaram iniciar greve por tempo indeterminado de toda a categoria de 5.100 trabalhadores.
De acordo com o presidente do sindicato afirma Sérgio Butka a greve será mantida “enquanto a empresa não voltar a negociar”. “Queremos deixar nosso repúdio pela forma que esta empresa está agindo mesmo recebendo incentivos fiscais do governo do estado para gerar e também manter empregos. Infelizmente não é o que a direção atual desta planta está pensando”. A política de rapina dos capitalistas, no entanto, encontrou apoio até mesmo na direção sindical, pois quando foi apresentada pela empresa que a mesma ia se utilizar da MP 936, não houve luta contra a medida que só beneficia os capitalistas. Agora os capitalistas se apoiam na mesma medida para lucrar ainda mais com a miséria dos trabalhadores.
É necessário aprovar a ocupação da fábrica pelos operários em todas as suas quatro plantas, até a derrota patronal, além de greve ativa dos trabalhadores, assim como a aprovação de greve dos metalúrgicos paranaenses em apoio a luta dos companheiros da Renault , que indiretamente também sofrerão com demissões da fábrica francesa.
É preciso reivindicar nas mondadoras e em todo o País, a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários; a escala móvel das horas de trabalho, com a repartição das horas necessárias para a produção entre todos os trabalhadores, por meio do controle operário da produção. Trabalhar menos para que todos trabalhem!