Greve Geral no País Basco, sob o lema: “trabalho, aposentadorias e vida digna”, é um movimento bem sucedido, com ampla adesão dos trabalhadores, que, segundo consta, 61 por cento das empresas industriais com mais de 50 trabalhadores nas regiões de Araba, Bizkaia e Gipuzkoa se encontravam totalmente paradas já no dia 27.
A frente das paralisações estão as centrais ELA, LAB, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, cujo esforço envolveram os setores da construção civil, comércio e hotelaria, tendo sido esse último particularmente afetados pela greve, tendo, inclusive, boa adesão dos trabalhadores de muitas pequenas e médias empresas de Euskadi, e também das regiões de Araba, Bizkaia e Gipuzkoa.
A defesa das aposentadorias contra o aumento das idades; a revogação de reformas trabalhistas empreendidas; um salário mínimo de 1.200 euros, e o fim dos despejos com a garantia de moradia com aluguel social, são alguns dos direitos reivindicados pelos trabalhadores.
Pelo jeito, não nos parece novidade a pauta de reivindicação por lá: destruição da aposentadoria; da legislação trabalhista; de garantias constitucionais, e condições precárias de trabalho e de vida, tem sido a reclamação de todos os trabalhadores por todos os lados. Junte-se a isso também os cortes do governo em saúde e educação, para dizer o mínimo, e nós teremos a agenda neoliberal dando sequência a uma série de tarefas por ela colocada na sua ordem do dia, em todo o mundo, para que seja viável um esforço conjunto contra a crise global do capital.
É por isso que hoje é mais importante continuar nas ruas e apoiar esta Greve Geral do País Basco, para que lá, assim como aqui, possamos ver a luta contra o roubo e expropriação dos recursos destinados a suprir as necessidades da classe trabalhadora – promovido pelo governo dominado pela burguesia nacional basca, que, vinculada ao imperialismo espanhol, trabalha em prol da acumulação que lhes favoreçam, a exemplo do que foram as reformas trabalhistas de 2010 e 2012; as reformas previdenciárias de 2011 e 2013; os cortes selvagens sofridos pela educação e saúde pública nos últimos 10 anos, só para citar alguns poucos.
O imperialismo espanhol de tradições franquistas mantidas pelo atual regime nos deixa ver que o fascismo é uma carta guardada na manga da direita. Se manter nas ruas e não retroceder depois que se chega lá, é antes uma medida necessária para resistir ao ataque brutal desferidos contra o bolso dos trabalhador, mas só isso não basta, depois é preciso avançar e conquistar os direitos e garantias de uma vida digna, o que, para a classe trabalhadora, nunca foi algo conseguido de mão beijada, muito pelo contrário, somente com sangue e suor. E muito menos será conseguido reivindicando pautas econômicas.
Um acerto político dos bascos, e que merece muito apoio, e que também é encaminhada pelos demais grupos e etnias espanholas, como os catalães, os galegos, que buscam suas independências.