O segundo país mais importante da América do Sul, literalmente parou nesta terça-feira, dia 25 de setembro. A Argentina amanheceu com uma vigorosa greve geral onde a quase totalidade de seus serviços, bancos, repartições públicas, comércios, postos de gasolina, escolas, universidades, trens, metrôs, portos e aeroportos não funcionaram. É a quarta greve geral contra a política econômica do governo burguês-neoliberal e entreguista do presidente Mauricio Macri, convocada pela principal central sindical do país, a CGT.
A greve geral desta terça-feira e todos os grandes protestos anteriores levados adiante pelos trabalhadores é o resultado da reação dos explorados portenhos ao profundo ataque do grande capital e do imperialismo às condições de vida das massas, que praticamente recolonizou a Argentina depois do golpe “democrático-eleitoral” que derrotou o governo da ex-presidente Cristina Kirchner, neste momento acusada e perseguida pelos tribunais golpistas do país vizinho.
O receituário neoliberal imposto ao pais pela banca internacional esfacelou a economia do país, impondo um enorme retrocesso na produção, com aumento da inflação e disparada do dólar. As medidas de destruição da economia argentina afetaram não só a produção do país, mas atingiram em cheio quase todos os segmentos sociais da nação, particularmente os setores mais vulneráveis, as massas exploradas e pauperizadas do país vizinho.
Vale recordar que no início do século, entre os anos 2000 e 2001, a Argentina foi sacudida por violentos protestos contra as mesmas medidas que neste momento estão sendo implementadas pelo governo Macri. Naquela ocasião – também a soldo do Fundo Monetário Internacional (FMI) – o governo de Fernando de la Rúa impôs um conjunto de medidas que atacavam frontalmente os trabalhadores. A reação das massas foi imediata e enérgica e os gigantescos protestos acabaram precipitando a queda do presidente, que renunciou em dezembro de 2001.
A burguesia continental e o imperialismo têm perfeita consciência que as duras medidas de ataque à economia dos países sul-americanos e às condições de vida das massas irá desencadear uma forte reação dos explorados. É inevitável que isso ocorra, daí a movimentação da burguesia no sentido de impedir a luta dos explorados. Os golpistas em, todo o continente, trabalham para destruir e esmagar as organizações de luta das massas, perseguindo sindicatos, centrais de luta dos trabalhadores, partidos de esquerda e movimentos populares.
O imperialismo, a direita e os golpistas somente poderão ser derrotados através de grandes mobilizações e da ação direta das massas em defesa das suas condições de vida.