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França: quase um mês parada.

Greve dos franceses evoluiu para piquetes em refinarias

Com o avanço para os piquetes nas refinarias de petróleo, e uma campanha financeira com o apoio da população, a greve na França chega aos 29 dias.

Com a retomada das negociações entre o governo e as organizações sindicais e patronais prevista para 7 de janeiro, o movimento social, que encampou a greve contra o projeto de um sistema de aposentadoria “universal” por pontos, desejado pelo presidente Emmanuel Macron, está caminhando para um novo recorde, já com quase 30 dias completos de paralisação. E já supera a greve de 1995 dos transportes (22 dias), e os 28 dias de paralisação na SNCF (companhia nacional de trens) em 1986-1987, que também não deu trégua no Natal.

Em uma vitória pequena, mas simbólica. O Governo cedeu a um grupo minoritário, mas muito visível dos trabalhadores em greve contra sua reforma das aposentadorias: os bailarinos da Ópera de Paris. Segundo os Les Echos, o Executivo agora propõe que o novo regime por pontos seja aplicado somente aos artistas contratados a partir de 2022. O restante poderá continuar se aposentando aos 42 anos, um privilégio que faz parte do regime especial dos bailarinos desde a época de Luís XIV. Os protestos dos bailarinos e músicos do balé parisiense provocou o cancelamento de dezenas de apresentações, com perdas de oito milhões de euros (36 milhões de reais), de acordo com a instituição.

Também, quase 200 manifestantes se reuniram hoje na frente de uma refinaria em Donges (oeste do país) e bloquearam as saídas. Uma evolução importante do movimento com os piquetes nas portas da refinaria.

Mas, trabalhar para a manutenção da greve nesse tempo todo tem demandado esforços da organização. Segundo o condutor Patrick Sivadier informou, todos os dias tem que ir ao piquete “para discutir com os colegas que voltaram ao trabalho e que ainda não estão convencidos”. Também conversa com grupos de pessoas e “com outras empresas da região”. Além disso, há o encontro diário com os colegas em greve. “Temos assembleias gerais todos os dias para decidir entre nós como continuar”.

Sivadier também contou que, além do mais, a organização das manifestações e protestos precisa um empenho para coordenar tudo com seu grupo, e que é essencial uma campanha financeira para ajudar os colegas, feita junto à população, com abordagens às pessoas nas ruas, quando solicitam ajuda com contribuições, e também pela internet, um canal, inclusive, que já rendeu 4,5 milhões de reais.

O transporte tem sido espinha dorsal dessa greve, cujo impacto é generalizado: sem trens nem metrôs, a atividade das grandes cidades forçosamente se vê alterada. Além deles, estão mobilizadas em toda a França, 55% dos professores de escolas primárias e pré-escolares, chegando a 78% em Paris, segundo dados do Ministério da Educação. Também estão previstas a anulação de 20% de vôos. A greve na imprensa também deixou alguns quiosques sem jornais do dia, e já chegou a fechar a Torre Eiffel .

O núcleo da reforma é o fim dos 42 sistemas de pensões atuais, em função da profissão, e sua fusão num só, que confira os mesmos direitos a todos os trabalhadores. Em declarações à rede RMC, Philippe Martinez, líder do sindicato CGT, denunciou que a reforma significará trabalhar mais tempo e ganhar menos, e pediu sua retirada.

Não fosse a politização e o grande empenho da classe trabalhadora francesa em um esforço conjunto, a pressão das direções burocráticas, que tendem a empurrar a greve para uma conciliação, já tinham tomado conta do movimento e forçado um acordo. Mas, no lugar disso, os trabalhadores conseguem conduzir a situação para tirar das mãos da direita a direção do movimento, e trazer para a esquerda, impedindo uma negociata para pôr fim à mobilização e à greve.

A direita é pressionada pela crise capitalista que é globalizada, e, por isso mesmo, não é diferente na França. Diante disso, a alternativa e projeto do imperialismo, invariavelmente, tem sido um ajuste fiscal com alta dos juros, o arrocho salarial, a liquidação da previdência social e de todos os serviços sociais de apoio à população de baixa renda, ataque aos fundos de pensão e aposentadorias, além da flexibilização das normas trabalhistas para diminuírem os encargos sociais, quando não o cortam definitivamente.

A mobilização nas ruas é o grande controle de tudo, e que faz com que as consequências fiquem mais à esquerda do que à direita. Aliás, quanto mais gente e mais impacto o movimento apresenta, menos o imperialismo consegue realizar seus projetos de destruição de um Estado que salvaguarde os direitos da grande massa de trabalhadores, o que não aconteceria se o contrário ocorresse e não tivesse gente nas ruas. Além disso, a direita, assim como a burocracia, morre de medo do movimento evoluir para uma situação revolucionária e acabar de vez com os seus privilégios, alcançados pela acumulação injusta de renda. E é aí onde vemos um grande empenho da burocracia sindical para que não se assuma de vez uma reivindicação política de peso na luta, o que se daria assumindo a palavra-de-ordem de Fora Macron, e fique o movimento apegado às questões de cunho mais econômico, como é o caso da França com a reforma da previdência; e em outros quando se reclama por verbas para educação ou qualquer outra assim.

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