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Greve das professoras e professores da rede municipal de Feira de Santana na Bahia

Hugo Damasceno de Araújo – Professor da rede municipal de Feira de Santana.

Reunidas em assembleia no último dia 11 de março no espaço Kilogrill em Feira de Santana, as professoras e os professores do município decidiram entrar em greve depois de dez anos de luta pela reformulação do plano de carreira da categoria. Na pauta de reivindicações ainda figuravam a exigência do pagamento de 60% dos Precatórios do Fundef para as professoras,  o enquadramento em 40h das professoras que já haviam solicitado, o aumento da retribuição dos diretores de escola e o reajuste dos salários, garantido por lei, mas que ainda não havia sido pago.

Várias estratégias de luta foram tiradas das assembléias. As professoras ocuparam a Câmara dos Vereadores onde foram desrespeitadas pelo presidente da casa, o vereador José Carneiro e pelo vereador João Biliu que deu língua, num gesto obsceno para as educadoras. Fizeram ainda uma manifestação na desocupação da Câmara saindo em marcha e cantando palavras de ordem pelas ruas daí até a Prefeitura. Num momento hilário da luta as educadoras fizeram uma manifestação onde levaram o que os estudantes costumam comer na merenda das escolas para uma mesa no largo da prefeitura. Outra ação importante foi a panfletagem na Praça do Nordestino. As professoras ainda ocuparam a Secretaria de Educação, fizeram visitas aos conselhos do FUNDEB, da merenda escolar e ao Conselho Municipal de Educação. A luta também se estendeu para a conquista de um calendário unificado para a reposição das aulas no pós-greve.

O movimento foi duramente reprimido. Sob as ordens do prefeito Colbert Martins da Silva Filho as trabalhadoras foram ameaçadas de terem os seus salários cortados, uma professora foi arrastada pelo chão por um segurança do prefeito. O gestor ainda moveu uma ação na justiça para tentar declarar a greve como ilegal conseguindo uma liminar de um desembargador que condenou o sindicato a pagar uma multa de 10 mil reais por dia se não retornasse às aulas em 24 horas. O desembargador cometeu a peripécia de considerar a educação como “serviço essencial” e que a greve causava “perdas irreparáveis” para a população. A prefeitura ainda investiu pesado em propaganda no rádio, na televisão e em carros de som percorrendo os bairros para tentar jogar a comunidade contra o movimento. Com toda esta repressão a categoria se dividiu e, em assembleia no último dia 29 de março, em votação equilibrada, decidiu por maioria encerrar a greve e retornar às salas-de-aula.

O movimento, contudo, não foi frustrado, como desejava o prefeito que, intransigente negava-se a fazer qualquer negociação. Mas ele teve que voltar atrás, a força das mulheres fez o prefeito recuar. Além do aprendizado da luta outros avanços foram conquistados: conseguimos aprovar um reajuste dos salários (que foi fatiado pelo governo em duas parcelas), abrimos a negociação do plano de carreira, conquistamos o apoio do Ministério Público do Trabalho, temos um acordo assinado na justiça. E, o mais importante: a categoria ganhou em consciência e cresceu com a luta.

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