Na segunda-feira (8), Kyriakos Mitsotakis tomou posse no Palácio presidencial em Atenas, capital da Grécia. No Domingo (7), o Partido da Nova Democracia (ND), de Mitsotakis, obteve cerca de 40% dos votos contra 31% do Syriza, partido que estava no poder.
Desta forma, a direita retoma o poder após o fracasso do “PSOL grego” – que é, como o próprio partido brasileiro denomina, seu “irmão” na Grécia.
O Syriza assumiu o poder em 2015, prometendo realizar uma política contra o neoliberalismo, mas acabou cedendo aos grandes capitalistas financeiros da Europa. Realizaram um referendo sobre a política de austeridade, em que a população votou contra a destruição neoliberal, mas mesmo assim o “Psol grego” decidiu se curvar aos interesses dos banqueiros.
Ao invés de chamar a mobilização dos trabalhadores para combater a direita, capitularam e estão saindo do governo sem ter adotado qualquer medida efetiva de contenção do principais problemas do povo grego, como o desemprego e a dívida interna grega. O desemprego da Grécia sendo o maior da Europa.
A política de Tsipras (SYRIZA) foi de intenso ataques aos trabalhadores, continuando com a política do FMI e realizando cortes salariais, aumento de impostos e tudo aquilo cuja população que votou no Syriza e no referendo havia se mobilizado contra.
Com essa traição, o partido se desmoralizou totalmente e, portanto, é natural que nas eleições do último domingo a direita tenha ganhado força para retirar o partido do poder.
O novo primeiro-ministro da Grécia, Mitsotakis, é uma continuação da política neoliberal que vinha devastando o país desde antes do Syriza assumir o poder.
Agora, a situação fica mais crítica, pois a direita governará com maioria absoluta, com 158 das 300 cadeiras do Parlamento. Mitsotakis representa uma direita extremamente reacionária, ligado à Igreja, jurando sobre a Bíblia, e também a uma dinastia de políticos conservadores, seu pai tendo sido primeiro-ministro da Grécia entre 1990 e 1993 e sua irmã Dora Bakoyannis ministra por diversas vezes e prefeita de Atenas. O filho de Dora, Kostas Bakoyannis, agora ocupa o cargo de prefeito da capital grega.
A política neoliberal de Mitsotakis é ainda mais perigosa atualmente. Pois ele foi responsável, quando ministro da Reforma, entre 2012 e 2014 pela demissão de mais de 15 mil funcionários. E, em posse, o novo primeiro-ministro já afirmou está otimista para realizar um novo “pacote completo de reformas”.
Desta forma, se o Syriza ficou em segundo lugar, perdendo para os principais inimigos do povo grego, provavelmente através de gigantescas manobras eleitorais, e possivelmente até uma fraude, o partido de Tsipras tem grande culpa nisso.
Ao invés de combater o neoliberalismo, realizaram a mesma política, com uma aparência “de esquerda”.