O dado da pesquisa Nacional do Aborto de 2016 realizada pela Anis, instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, revela que uma, em cada cinco mulheres de até 40 anos, no Brasil, já abortou. Mulheres ricas abortam em clinicas e as que não tem dinheiro, morrem.
O SUS, Sistema Único de Saúde, atende várias mulheres com complicações de aborto clandestinos. Como ilustração temos o caso de uma paciente, em 2014, que deu entrada em um hospital no interior de São Paulo, com dores, febre e taquicardia. Os médicos então desconfiaram que a paciente tivessem ingerido medicamentos abortivo. O médico a denunciou à polícia, sendo presa em flagrante.
O Ministério Público tentou arquivar, em 2015, após concluírem que não havia crime. A defesa reabriu em 2017. Foi quando, na última segunda (19), cinco anos depois do ocorrido, o tribunal de justiça concluiu que o caso necessitaria de uma reparação financeira. A seguir, a fala do desembargador:
“A julgar tão somente pela constatação de quebra de sigilo profissional, entendo ser devida a condenação da autarquia ré ao pagamento de indenização por dano moral“. Sendo indenizada em R$ 5 mil reais.
A opressão, as travas, a subjugação em que a mulher vive no mundo capitalista, sem dinheiro, único libertador, demonstra a posição desta na sociedade. As escolha de parir tem que ser da mulher e não de órgãos, não de uma lei, não da igreja, tem que ser uma decisão dela. A escolha de abortar não tem que ter caráter de assassinato e sim controle biológico e social.
São muitas as Mulheres que sofrem estupro perpetrado por seus próprios maridos, mulheres que engravidam vitima agressão doméstica. Outra questão é a financeira, levando-as a total desespero diante da situação que se apresenta. Muitas mulheres engravidam jovens demais, sem condições emocionais de criar uma criança, e, ainda, não esquecendo os casos de fetos com problemas congênitos detectados em exames gestacionais. Esses são alguns exemplos do porque determinadas mulheres escolhem provocar o aborto.
No caso dessa reportagem, a vítima não se enquadrava em nenhum desses problemas, muito pelo contrário, foi detectado pela justiça que a paciente não havia provocado o aborto. O que leva à situação do médico, criminoso, pois violou o código de ética que diz: “não deve denunciar à polícia nenhum caso de suspeita de aborto”, o que leva o médico ao crime de calúnia, constrangimento e quebra do sigilo profissional. Até agora os médicos não foram punidos.
A mulher vem ao longo dos tempos sofrendo repressão e humilhação, uma supressão total dos direitos da mulher. No atual governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro, a mulher é tratada como “objeto de cama e mesa”, resgatando uma política reacionária e retrograda do século passado. Essa política é defendida por parte da esquerda pequeno burguesa, numa demonstração de total desserviço contra a mulher e aliada à extrema direita.
Todas as mulheres precisam ir às ruas, com seus cartazes, faixas e gritar, denunciando a política de aniquilamento, subjugação, submissão que esse governo está tentando impor às mulheres.