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População esquecida

Governo “vai pagar” 2ª parcela enquanto milhões não receberam 1ª

Enquanto parte da população trabalhadora e da classe média espera a segunda parcela com quase três semanas de atraso, uma população esquecida ainda não conseguiu nem a primeira.

Após quase três semanas de atraso, começa hoje (18/5) o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial do governo federal. Aquilo que era para ser uma solução para a situação dos trabalhadores diante da pandemia e da crise econômica, além de ser uma verdadeira esmola, passou a ser um problema para milhões de pessoas. Enquanto uma parte dos trabalhadores e da classe média (que não precisa realmente do auxílio) começa a receber o segundo lote de parcelas, existem aqueles que ainda não conseguiram nem ao menos receber a primeira, e aguardam um socorro do Estado que ainda não veio e, provavelmente, não virá.

Esse problema da classe trabalhadora não é uma surpresa, afinal o Estado está cada vez mais distante dos operários e pouco conhece a realidade deles, pois trabalha incansavelmente para outra a parcela da população, a burguesia, que é quem sustenta esse governo. Em governos direitistas ou de extrema-direita, como é o caso do Brasil, o Estado conhece, reconhece e atende muito bem as demandas burguesas. Um exemplo disso, é a atual crise, na qual o Estado entregou nas mãos dos bancos mais de R$1 trilhão e não mediu esforços para prejudicar os trabalhadores permitindo cortes de salários que chegam a 70%, suspensão de contratos, etc., e não fez absolutamente nada para evitar demissões em larga escala.

Se, de um lado, a burguesia conta com um Estado que age para que seus prejuízos sejam mínimos diante de uma crise tão grande e ainda sem precedentes, do outro está a classe trabalhadora completamente desamparada. Não é do interesse do Estado burguês conhecer e nem sequer resolver os problemas do proletariado. Além dos problemas causados pelas medidas em favor da burguesia, aquilo que deveria ser a solução para a crise dos trabalhadores acabou sendo um problema. O auxílio emergencial é problemático desde o princípio. Inicialmente pensado para ser de apenas R$200, quando liberado no valor de R$600, o Estado burguês se deparou com uma população que há muito tempo era invisível para ele, e as solicitações de auxílio foram muito maiores do que o esperado. Mesmo com 50 milhões de cadastrados, milhões de trabalhadores deverão ficar sem o auxílio, e é justamente a população que mais precisa. A forma de solicitação e pagamento do auxílio não contempla a classe trabalhadora que realmente o necessita, pois é completamente digital e por meio de aplicativos. Nesse processo, foram ignorados 7,4 milhões de trabalhadores que simplesmente não têm acesso à Internet, ou os 64 milhões que estão dentro da faixa de renda do programa, têm acesso à rede, mas não conseguem ou não têm o hábito de utilizar e baixar aplicativos de celular. Se a ideia do serviço digitalizado era evitar aglomerações, mais uma vez a política do governo fracassou. O que vimos foram milhões de trabalhadores em aglomerações e filas quilométricas em uma verdadeira humilhação para conseguirem esses míseros R$600. Ainda temos a população que simplesmente não tem documento de identificação, e dentro da sociedade não são sequer considerados cidadãos e, muito menos, conseguem o auxílio.

O Estado burguês, no caso brasileiro, nunca esteve tão distante e nunca teve tão pouco conhecimento da sua população como agora. Em tentativas fracassadas de auxiliar aqueles que mais precisam, a fim de evitar um caos social inevitável, o governo fascista se mostrou incompetente e, mais uma vez, sem interesse algum em resolver os problemas da classe trabalhadora. As políticas do governo não conseguem atingir quem realmente precisa porque o Estado não sabe e não quer saber das dificuldades e dos problemas enfrentados pela sua classe operária. Enquanto milhões ficam sem auxílio e completamente desamparados, sofrendo verdadeiras humilhações nas agências da Caixa Econômica Federal, mais de 73 mil militares ativos receberam em suas contas aquilo que deveria ser do povo mais pobre.

Diante de situação tão humilhante e injusta, a única saída para os trabalhadores é a organização popular e a derrubada do governo fascista e de todos os golpistas, que apenas governam para a classe burguesa deixando o trabalhador completamente desamparado. Somente a queda do governo burguês, a tomada do poder e a construção do governo operário darão condições para que os trabalhadores possam retomar os direitos que lhe foram arrancados e serem, simplesmente, reconhecidos como a classe fundamental dentro da sociedade.

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