O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, descreveu hoje como ingerência nos assuntos judiciais da Rússia o pedido de libertação do opositor Alexei Navalny, pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH).
Em declarações à imprensa, Peskov lembrou que o Ministro da Justiça, Konstantín Chuichenko, expressou na véspera da rejeição de Moscou à resolução da CEDH, que exige que o governo russo liberte Navalny imediatamente.
O porta-voz disse que a decisão da CEDH ‘é inadmissível, é uma tentativa séria de interferir nos assuntos judiciais da Rússia, o que é inadmissível em nossa opinião.’
Segundo a agência de notícias Sputnik, Peskov ressaltou que a Rússia não busca o confronto. No entanto, ele assinalou que ‘tais resoluções, a pressa com que são adotadas e sua natureza marcadamente comprometida levantam inúmeras questões’.
O blogueiro da oposição foi preso em janeiro passado e posteriormente condenado a três anos e meio de prisão sob a acusação de fraude em larga escala no campo de sua atividade empresarial.
O encarceramento de Navalny gerou condenações e ameaças de novas sanções contra Moscou por parte dos Estados Unidos e da União Européia (UE), decisões que o Kremlin vê como uma intromissão em seus assuntos internos.
Nos últimos dias, as autoridades russas reiteraram seu interesse em desenvolver relações bilaterais com o bloco da UE, mas advertiram que estariam em posição de revisá-las ‘se a UE seguir esse caminho’, disse Peskov.
Se o país enfrenta ‘uma linha extremamente destrutiva que danifica nossa infraestrutura, nossos interesses, então, são claro, a Rússia deve estar preparada com antecedência para tais medidas hostis’, disse o porta-voz do Kremlin.