A direção do PSL (Partido Social Liberal), partido do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, anunciou que vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. O anuncio é uma reação ao fato de que o próprio Bolsonaro e mais e 21 parlamentares do Partido terem encaminhado um pedido formal à legenda para que apresente documentos e informações sobre as contas do PSL ao longo dos últimos cinco anos, inclusive de 2019.
Na solicitação, Bolsonaro e menos da metade dos deputados que ainda estão no Partido (que nas eleições fraudulentas de 2018, elegeu 58 deputados) pediram que a direção do PSL informe: fontes de receitas e identificação dos doadores; relação de despesas e identificação dos prestadores de serviço; balanço patrimonial; lista de fundações ligadas ao partido; lista de funcionários, suas funções e salários; lista discriminada das atividades dos dirigentes partidários custeadas pelo Partido; entre outras coisas.
Comentaristas políticos da burguesia já anunciaram que o presidente prepara uma possível ruptura com o Partido, diante da perda do controle do mesmo, em meio ao avanço da crise politica e dos preparativos para as eleições do próximo ano. Assim o pedido de “esclarecimentos”. à direção partidária seria a preparação de estabelecer pretextos que possas ser usados em uma possível ruptura e saída de deputados do partido, para impedir que perdem o mandato e possam levar para a legenda para onde forem parte dos fundos partidários a que o PSL tem direito (R$ 110 milhões em 2019), por conta do tamanho de sua bancada, menos apenas que a do PT. A alegada falta de transparência com recursos do fundo partidário seria uma possível alegação para a desfiliação do grupo por “justa causa”, criando condições para que o TSE pudesse dar uma decisão favorável para Bolsonaro e seu grupo não perderem o mandato nem o fundo.
O PSL tem como presidente o deputado federal Luciano Bivar (PE) e durante a campanha presidencial foi presidido por que chegou a ocupar a Secretaria-Geral da presidência da República, mas foi demitido por Bolsonaro em meio a umas primeiras grandes crise do governo, quando se atritou com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República.
Ao longo da última semana, Bolsonaro e Bivar se atritaram publicamente em uma nova etapa da crise do PSL que já perdeu deputados e uma senadora, neste ano. O estopim dessa nova crise foi a declaração presidencial aconselhando a um apoiador que esquecesse seu partido.
Os ataques contra Bolsonaro vieram de diversos parlamentares do Partido, como o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, que rebateu Jair Bolsonaro, que disparou contra o presidente: “como você fala do quintal alheio se o seu quintal está sujo? As candidaturas em Minas Gerais e Pernambuco estão sendo investigadas. Mas o filho do presidente também”.
Diferentemente do que anunciam “analistas” da imprensa burguesa e até certos setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, a crise é uma demonstração inequívoca da fragilidade do governo importado de Bolsonaro que não para de crescer. Nem os aliados do golpe de Estado, da fraude eleitoral, do partido do próprio presidente se mostram dispostos a defender o governo incondicionalmente diante da enorme rejeição popular e das tendências a uma mobilização contra o governo.
O governo pode ser derrubado. É preciso levar para as ruas a campanha Fora Bolsonaro e todos os golpistas.