O atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha é um golpista e apoiador de Jair Bolsonaro. Candidato pelo MDB, o partido golpista do traidor Michel Temer, sua coligação era composta apenas por partidos ultrarreacionários e de extrema direita, como o próprio PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, além do PP, AVANTE e PPL.
Uma das pautas que permeiam todas essas figuras de tipo fascista, como Ibaneis e Bolsonaro, é o constante ataque à toda luta das mulheres, suas reivindicações e seus direitos.
A execução de mulheres, no entanto, é uma questão com a qual invariavelmente esses governantes são obrigados a lidar. No Distrito Federal, só no ano passado, dos 60 assassinatos de mulheres ocorridos, 55 foram classificados como feminicídio, ou seja, foram mortas apenas pelo fato de serem mulheres ou num contexto de violência doméstica.
Durante o isolamento social para conter o avanço do coronavírus, esse tipo de homicídio e a violência contra a mulher de um modo geral vêm crescendo assustadoramente em todo o território nacional. Segundo o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), uma das causas apontadas é a maior permanência das mulheres na convivência com seus agressores e a dificuldade de deslocamento para que elas busquem ajuda de familiares ou das autoridades públicas.
Apesar de Ibaneis ser essa figura reacionária e bolsonarista que é, portanto, contra as mulheres, não poderia simplesmente fechar os olhos em relação ao aumento da violência contra as mulheres no DF. O tema é caro para as mulheres de todas as classes sociais e o custo político que teria de arcar com sua omissão seria muito alto.
Esses políticos então passam a apelar para uma propaganda demagógica para indicar de alguma forma que estão se preocupando com o problema das mulheres e tomando alguma atitude. E é nesse contexto que foi lançada recente campanha no DF com a veiculação na imprensa de um vídeo com a atual titular da Secretaria da Mulher do DF, a secretária Ericka Filippelli, dando orientações às mulheres para como agir em caso de sentirem ameaçadas de sofrer agressão durante a quarentena.
Cabe ressaltar aqui que Ibaneis Rocha e Ericka Filippelli estiveram recentemente, em princípios de março do corrente ano, em evento com a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, quando assinaram conjuntamente um pacote para conter os casos de violência contra mulher. O mais contraditório aqui são figuras como essas aparecem como se estivessem procurando solução para um problema com o qual eles, com suas ideologias reacionárias e fascistas, contribuem diretamente para aumentar. Damares é famosa por externar seu pensamento de que mulheres são feitas para o lar e coisas do gênero. É esse tipo de ideologia machista que está na base de toda e qualquer violência contra as mulheres.
Ibaneis acredita que uma maior repressão contra os agressores resolveria o problema. Nas últimas décadas assistimos a um crescente aumento de medidas penais tentando coibir esse tipo de violência, mas o efeito positivo do aumento da repressão não se tem feito notar, pelo contrário, as mulheres continuam sofrendo, cada vez mais, de violência.
Não bastasse o inócuo endurecimento nos crimes e penas relacionados à violência contra mulher, o governador Ibaneis solicitou apoio para que o presidente Jair Bolsonaro acolha a sugestão de projeto de lei proposta pelo seu governo, para deixar as penas mais pesadas nos crimes precursores da execução de mulheres.