Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas em Brasília diz respeito aos áudios que foram vazados. Estes correspondem a diálogos entre o deputado federal eleito pelo Partido Social Liberal (PSL), Gulliem Lemos, conhecido como Julian Lemos e o então secretário-geral do PSL na Paraíba e assessor do Ministério do Turismo, Fabio Nobrega Lopes. A conversa deixa explicito um verdadeiro esquema de troca de cargos por votos favoráveis a reforma da previdência, que visa massacrar aos trabalhadores.
É importante ressaltar que Nobrega conseguiu, junto à Casa Civil, garantir para si a prerrogativa de indicar nomes para cargos referentes a direção na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) da Paraíba e na sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Quando questionado a respeito da gravação, o direitista Lemos disse não ver nenhum problema nas negociações. Segundo ele, a única coisa que pode ser vista como ilegal é a gravação. Acontecimentos como esse denotam o que representa a “nova política”, tão falada pela direita. Representa, na verdade, a manutenção e aprimoramento de medidas que visam atacar a classe trabalhadora, favorecendo, exclusivamente, aos interesses da burguesia.
Ainda se tratando do posicionamento do deputado sobre o ocorrido, afirmou que conta com o apoio da Polícia Federal -a mesma instituição que oprime a classe operária- para esclarecer e punir os responsáveis pelo grampo telefônico. Ele afirma que isso representa uma perseguição política originada por seus adversários da esquerda.
No que tange ao esquema de distribuição de cargos, Nobrega afirma que foram realizadas reuniões, no começo do ano, para acertar os nomes dos novos ocupantes. Esses encontros contaram com a participação e atuação direta na decisão das indicações o atual ministro chefe da Casa Cívil, Onyx Lorenzoni. Este, quando questionado, não comentou nada a respeito das denúncias.