O governo de Jair Bolsonaro anúnciou que deverá prorrogar por ao menos 60 dias a medida provisória que permitiu a redução de jornada de salários e suspenção de contratos de trabalho aprovada no início da pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro deve assinar um novo decreto estendendo pela segunda vez a MP 936 que atingiu cerca de 9,6 milhões de brasileiros que tiveram o contrato de trabalho suspenso ou que tiveram redução da jornada de trabalho e do salário de 25%, 50% ou 75%.
Tal medida provisória foi assinada por Bolsonaro com a alegação de que tal medida teria o objetivo de criar condições para manutenção dos empregos. Algo que não se verifivou na prática, pois o governo não tomou nenhuma medida para impedir as demissões. Foram demitidas mais de 8 milhões de pessoas durante a pandemia e já são mais de 41 milhões de brasileiros sem emprego. Isso, levando-se em consideração que o desemprego já era grave antes do início da pandemia.
A redução salarial proporcional à redução da jornada de trabalho nada mais é do que uma medida para transferir a renda do trabalhador e da União para o bolso dos capitalistas. Ou seja, o trabalhador perde triplamente: tem uma redução real na sua renda, o governo transfere dinheiro público para os empresários (que deveria ser utilizado para serviços públicos como saúde, educação, para garantir a renda de todos que precisam etc) e ainda pode ter o contrato de trabalho de trabalho suspenso ou mesmo demitido. Para piorar, grande parte dos trabalhadores que tiveram redução salarial não conseguiram receber nem a parte prometida pelo governo para compensar parte da redução de salário.
A prorrogação da medida provisória 936 ocorre porque o governo Bolsonaro se preocupa apenas e exclusivamente com os patrões. A política do desemprego em massa é uma medida consciente adotada por governos neoliberais para forçar os trabalhadores a aceitarem no desespero salários miseráveis e assim aumentar o lucro dos grandes empresários e banqueiros que vivem do trabalho alheio. A fome e a miséria é uma necessidade para esses parasitas continuem “sobre as costas” do povo brasileiro.