O governo do Rio Grande do Sul alugou cerca de oito contêineres para armazenar corpos, mas não para vítimas do novo vírus e sim apenas para casos de mortes violentas, como homicídios, acidentes de trânsito, suicídio e as de causas desconhecidas, ou seja, mortes que dependem de uma investigação. No caso do coronavírus, os corpos das vítimas da doença fica apenas com os serviços hospitalares e funerários, que preparam para o sepultamento e não vai ser divulgado o local onde os contêineres estão depositados por motivos de segurança. Os contêineres são refrigerados e tem a capacidade para armazenar até 400 corpos, com um contrato de três meses e pode ser prorrogado se necessário. O custo mensal será de R$ 15,4 mil, mas o contrato faz parte apenas de um plano de contingência para o combate ao Covid-19.
O aluguel dos contêineres deve ajudar na ampliação da capacidade de atendimento do Departamento Médico-Legal (DML) e dos Postos-Médico-Legais (PMLs) do interior, explica a Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Reforça-se, portanto, que o material não se destina às vítimas da Covid-19. Eles foram alugados como parte do plano de contingência, como medida de prevenção caso o sistema funerário viesse a enfrentar dificuldades, o que poderia acarretar na demora de liberação dos corpos armazenados pelo IGP. Até o momento, não se mostrou necessário utilizar dessa logística preventiva e não há também indicativo de que venha a ser”, explicou a secretaria.
Outro informe foi da diretora do DML Liliane Gremelmaier Borges. “A ideia da locação de contêineres é garantir que, diante do pior cenário em termos de enfrentamento à pandemia e colapso no sistema funerário, as perícias não sejam afetadas por uma eventual liberação apressada dos corpos para inumação, que poderia trazer prejuízo às investigações de mortes violentas ou de causa externa (mortes não-naturais)”. Ou seja, os contêineres estão sendo alugados com dinheiro público para cobrir a necessidade dos mais favorecidos.
Até então, ao que parece, o aluguel dos contêineres não tem relação nenhuma com o atendimento das vítimas de coronavírus, que em sua maioria esmagadora é a população em si, os mais necessitados. Investindo em casos que acontecem para uma minoria, em interesse da mesma, pois esses investimentos não são para investigações de mortes violentas da população mais carente, só mesmo para a alta burguesia. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) fez estas declarações para maquiar a verdade de que o Estado capitalista está voltado para atender a classe burguesa, deixando a população a míngua, assim como a crise do Covid-19 tem mostrado.