No último dia 23 de março em Mato Grosso, o governo decretou a suspensão das atividades escolares devido à pandemia do novo coronavírus. Contudo, não foram apenas as aulas que receberam suspensão, mas também todos os contratos dos professores não efetivados, interinos no cargo.
A não renovação fez com que 6 mil famílias ficassem sem receber salários em plena crise econômica e proliferação do vírus. Além disso, como a categoria não se enquadra em nenhum benefício que será dado pelo governo federal, os professores ficarão completamente desassistidos.
Inicialmente os professores já haviam ficado sem salário com o presto da pandemia, sem receber desde dezembro. Depois, aqueles não são efetivados devem a isso por motivos de trabalharem em escolas que fizeram greve.
Com o fim da greve, o governador e a secretária da saúde penalizaram todos os grevistas, alterando os calendários acadêmicos.
O governador se mostra irredutível, de acordo com relato dos trabalhadores. O mesmo utiliza-se de estratégias antissindicais, forçando uma falsa culpa dos contratos sem salário serem dos sindicatos. Ou seja, você entra em greve por um direito, mas no fim o governador usa justamente a greve como pretexto para te deixar sem salário. Uma atitude digna de um fascista, ainda mais em um período onde deixar o povo sem dinheiro é literalmente deixar para passar fome durante uma pandemia mundial.
Tal atitude se assemelha a de demais governadores direitistas por todo o País. Esta é a política central da burguesia: esmagar o povo enquanto da alguma sobrevida aos capitalistas.
Um ponto a ser levantado nesse sentido é defender a efetivação destes quadros no estado. Os trabalhadores já estão no serviço há tempo suficiente para serem efetivados. E em um momento como vivemos, com uma forte crise mundial do capitalismo e uma pandemia que traz consequências históricas, aprofundando o massacre contra o povo, o direito ao trabalho e, neste caso, sobretudo o direito a uma renda fixa que seja capaz de manter as famílias de trabalhadores, é um direito essencial a ser revindicados.
Assim, a ação realizada pelo governo de Mato Grosso necessita ser amplamente denunciada, e utilizada como base para revindicar direitos básicos porém extremamente necessários para a sobrevivência do povo pobre. A direita que apoia esta política, é nada mais nada menos que conivente com a morte da população.