Na última sexta feira (28), o governador cearense Camilo Santana anunciou a intenção de reabrir as escolas infantis na região metropolitana de Fortaleza. Segundo o governante, as medidas tomadas anteriormente para conter a pandemia garantiriam o retorno às aulas presenciais, neste momento, sem riscos à saúde. O mesmo argumento que foi utilizado para justificar o isolamento social parcial aparece aqui novamente, de que essa seria mais uma política científica, ou seja, parte de um combate eficaz à pandemia. Se trata agora, assim como foi antes, de uma falácia.
Como denunciado amplamente neste Diário, o isolamento social parcial não se tratava de uma política real de combate à pandemia, mas uma cobertura para que o estado não colocasse nem um centavo em medidas efetivas de contenção do contágio e tratamento dos doentes. O isolamento também se colocou, desde o primeiro momento, impossível para a classe trabalhadora, cuja única escolha se deu entre a ameaça de contrair a doença em sua jornada de trabalho e a certeza da fome ficando em casa. A pandemia. portanto, não esta sob controle como quer fazer acreditar o governador nordestino.
Não é possível realizar a volta às aulas enquanto houver pandemia, O EaD (ensino a distância) também não é a solução, símbolo de sucateamento da educação, fora de alcance para boa parte da população. O que está sendo colocado pelos representantes da burguesia (pois esse movimento não se restringe ao estado do Ceará, mas pode ser constatado como política geral dos governos até em nível internacional) é a ampliação da pandemia, expondo para o contágio os estudantes, professores, técnicos e suas famílias, Esta medida só aumentará o número de infectados e mortos.