A burguesia, por meio de sua imprensa, gosta de celebrar o desemprego, situação que pressiona para baixo os preços dos salários. Tentam apresentar positivamente uma situação drástica para a classe trabalhadora, normalmente, através de duas vertentes: ou dão vivas aos trabalhadores que agora se tornam “empreendedores”, ou jogam a culpa sobre a “baixa qualificação” da força de trabalho.
O discurso do empreendedorismo é tão falso quanto o terraplanismo. Trata-se da campanha permanente para que a classe trabalhadora se sujeite a condições de trabalho cada vez mais difíceis. Sem direito a salário fixo, férias, décimo terceiro, seguro desemprego, licença maternidade, auxílio saúde, alimentação entre outros. Sem condições de organização e sindicalização. Um trabalhador que acorde desempregado diariamente, “livre” para aceitar a superexploração ou morrer de fome – este é o sonho do capitalista. No caso brasileiro, por exemplo, chamam de empreendedores os trabalhadores que vivem de bicos, para dizer que o “empreendedorismo aumentou”, quando a realidade é que a renda desses trabalhadores diminui.
Os indicadores econômicos mostram um desemprego na casa dos 12%, mas que deve ser acrescentado a um número cada vez maior de pessoas que trabalham na informalidade ou desistiram de procurar empregos. A imprensa ensaia timidamente um otimismo de que a economia irá melhorar, sem explicar como. No último ano sofremos novamente a redução dos salários e dos investimentos públicos sobre a classe trabalhadora. Tudo isso empurra a economia em direção à recessão e a população em direção à fome.