Como resposta aos reclames burguês diante das anunciadas falências, quedas na produção, e um grande aumento do desemprego, o governo espanhol anunciou nesta terça-feira (28) que começará a flexibilizar a rigorosa quarentena estabelecida para barrar a propagação do coronavírus no país, demonstrando dessa forma, o seu alinhamento ao ansiosos interesses capitalistas pelos lucros, em detrimento da segurança da saúde e da vida da população.
Segundo o primeiro-ministro Pedro Sánchez, o processo acontecerá gradualmente e em ritmos diferentes até o final de junho. Ele também explicou que o fim da quarentena acontecerá em quatro etapas e vai durar entre seis e oito semanas na Espanha. Segundo ele, este período corresponde ao processo no qual “a saída das pessoas de casa, a abertura de lojas e hotéis e as atividades de lazer serão flexibilizadas”. Segundo o premiê, “no final de junho, estaríamos com um país nessa nova normalidade, se a evolução da epidemia for controlada em cada um dos territórios”.
Já as viagens estão permitidas aos espanhóis apenas dentro das províncias onde moram. O uso de máscara, embora não tenha sido estabelecido como obrigatório, é “fortemente recomendado”, especialmente nos transportes públicos.
Mas, o que não faltam são dúvidas e críticas sobre o possível efeito do regresso ao trabalho na expansão do coronavírus. Por conta disso, o governo iniciou hoje a acanhada medida para conter essa possível expansão com a implantação, em 1,5 mil pontos em todo o país, de um programa de distribuição de máscaras de proteção, de até 10 milhões de unidades, entre trabalhadores que eles voltaram a sua atividade. Mas, como sabe, até agora, o acesso da população às máscaras tem sido difícil, pois a maior parte do suprimento tem sido distribuída aos profissionais de saúde, as forças de segurança e outros grupos essenciais, enquanto a maioria da população e que permanece confinada em suas casas, e por isso mesmo, fazia pouco uso.
Segundo o premiê, o fim da quarentena terá “um objetivo único e exclusivo, que é recuperar a vida cotidiana e a atividade econômica, sem colocar em risco a saúde coletiva”. “Na melhor das hipóteses, a fase de desaceleração terá uma duração mínima de seis semanas e queremos que a duração máxima seja de oito semanas para todo o território espanhol”, reiterou Sánchez.
Entretanto, como não está descartada a expansão da pandemia com o regresso ao trabalho, o primeiro-ministro Pedro Sánchez se deixar levar pela pressão exercida pelos capitalistas poderá ser um tiro no pé, e toda a população que retornará ao trabalho estará caminhando para uma cilada: a sua contaminação e a disseminação do coronavírus resultando em várias mortes por todo o país.
Com a taxa de desemprego alcançando os 14,4% no primeiro trimestre do ano, e isso sem considerar as pessoas afetadas pelos planos de suspensão temporária de emprego, o que significa que a situação é ainda mais dramática, as medidas de Sánchez longe estão de priorizar os problemas da classe trabalhadora, e que deveriam buscar, definitivamente, a solução para o desemprego como seria pegar o trabalho disponível e reparti-lo entre todos os operários existentes, sendo essa repartição determinante para a definição da duração da semana de trabalho, e mantendo o mesmo salário médio de cada operário como era na antiga semana de trabalho. Isso sem dúvida evitaria essa catastrófica situação.
Com 23.822 mortes, até o momento, a Espanha é um dos países mais atingidos no mundo pela pandemia do coronavírus.