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Golpe em marcha

Governo de direita de El Salvador ensaia golpe de Estado militar

Presidente salvadorenho e exército colocam o país em situação de pré-golpe de Estado!

No último domingo (09/02) em uma ação típica de golpes Estado, o exército de El Salvador invadiu o salão principal do Congresso Nacional, a mando do presidente da república Nayib Bukele, para pressionar os parlamentares a aprovar um projeto na área de segurança que prevê entre outras coisas um empréstimo de cerca de 109 milhões de dólares.

Bukele, não só está utilizando setores do exército e da Polícia Nacional Civil (PNC), como convocou a população a uma insurreição contra o parlamento por resistirem a aprovação do plano. O presidente que não possui apoio da maioria dos deputados da Assembleia, na sexta (31/01) elevou o tom das ameaças ao convocar seus apoiadores a se insurgir contra o parlamento. Em acordo com o presidente da casa, uma seção especial foi convocada para o sábado (08/02) a qual não atingiu quórum mínimo, tendo o próprio presidente convocado nova seção extraordinária no domingo, na qual sob as ameaças só compareceram 20 dos 84 parlamentares.

Insuflando sua base contra os parlamentares, Bukele montou um palanque na frente da Assembleia Nacional no qual atacou os deputados e em seguida invadiu a casa esvaziada, sentando-se na cadeira do presidente do parlamento, atitude típica de ditadores:

“Estes delinquentes da Assembleia Legislativa não querem aprovar um dinheiro que não é deles, mas sim para garantir a segurança do povo salvadorenho;

É inconstitucional que o presidente fale ao seu povo? Os que violaram a ordem constitucional são os delinquentes que fizeram pactos com as quadrilhas, estes sem-vergonha que não vieram trabalhar hoje

Segundo Bukele o seu Projeto de Lei, chamado de Plano de Controle Territorial, tem a finalidade de equipar melhor as forças de policiais e visa dar mais segurança ao povo salvadorenho. O que obviamente é um dos maiores engodos da política burguesa. Em qualquer parte do mundo sabe-se que quando a classe dominante (a burguesia) investe nas polícias e forças militares, o que há é um investimento no aparato de repressão estatal, que visa exclusivamente atacar os direitos democráticos da população por meio do aumento da violência e isso não se faz sem muito dinheiro e armas.

O presidente de El Salvador, é mais um produto direto da intervenção do imperialismo sob o a América Latina. Nayib Bukele, empresário de 38 anos, foi eleito em 03 de junho de 2019 – derrotando o partido ARENA (Aliança Republicana Nacionalista), representante da direita tradicional do país, e o FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional) antigo grupo guerrilheiro que estava na presidência – com uma campanha muito similar a de outros elementos da extrema direita do continente como Jair Bolsonaro e com o apoio dos EUA. Candidato por um partido sem qualquer base social, criado em 2010, o GANA (Grande Aliança pela Unidade Nacional), fez uma campanha extremamente demagógica se colocando como um candidato antissistema, sem relações com as forças políticas tradicionais, baseada nas redes sociais, não compareceu a debates e desrespeitou deliberadamente a legislação eleitoral tocando sua campanha. Após à eleição já ficou conhecido como o presidente Twitter, por governar via a rede social, tendo inclusive demitido autoridades e funcionários públicos pela ferramenta.

O ataque a Assembleia Nacional é um ato praticamente de pré-golpe de Estado militar, colocando o presidente e os militares no controle do Estado. É importante destacar que, ainda que o congresso seja comandado majoritariamente pela direita tradicional do país, ao suprimir o parlamento o presidente não estaria só reprimindo os parlamentares opositores, mas sim o suprimindo o poder legislativo do país, que é o que possui mais elementos democráticos, em relação ao executivo ou ao judiciário, por exemplo, e colocando o país sob estado de sítio.

Assim, o povo salvadorenho tem seus direitos democráticos seriamente ameaçados com esta ação ditatorial do presidente e dos militares apoiados pelo imperialismo norte-americano e a burguesia entreguista.

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